Os ares contemporâneos trouxeram muitas transformações em práticas cotidianas de nossa sociedade. Um dos fenômenos afetados por estas mudanças foi o consumo, que passou de mera necessidade de aquisição de bens e serviços a símbolo, ou signo, que remete à identidade do consumidor dentro de seu contexto cultural. No turismo, essa transição é observada quando novas empresas promovem uma ruptura com o modelo de negócios anterior, rompendo também com a forma como se comunicam com seu consumidor, agora chamado de usuário. Um dos exemplos destas rupturas é o Airbnb, serviço de mediação entre anfitriões e hóspedes de todo o mundo por meio de uma plataforma online de hospedagem domiciliar colaborativa. O Airbnb não apenas ostenta números expressivos no mercado em que atua, mas também vem criando uma comunidade de milhares de usuários adeptos de seu produto, gestado no fenômeno mais abrangente da economia compartilhada ou colaborativa. Considerado um rico contexto para a pesquisa acadêmica das práticas de consumo turístico contemporâneas, o Airbnb tem sido o foco de estudo das áreas da administração e da economia em especial, mas acredita-se que outras propriedades deste fenômeno têm sido deixadas de lado, inclusive estudos partindo do próprio turismo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura dos últimos cinco anos a fim escrutinar a produção literária que se investe de apresentar o Airbnb como signo de consumo de um novo turista, sedento por autenticidade, e que pode encontrar na empresa um discurso que dialoga diretamente com sua identidade. Concluímos que a hospedagem nos moldes oferecidos pelo Airbnb representa algo maior que seu valor monetário, apesar de o baixo custo para o hóspede se um item de especial relevância para a escolha pela plataforma. Autenticidade relacionada à hospedagem promove experiências genuínas e únicas num ambiente influenciado pelo discurso da economia do compartilhamento e o uso intensivo das TIC.
O turismo cinematográfico explora a influência de produtos audiovisuais sobre turistas e destinos turísticos. Este artigo teve como objetivo descrever o turismo cinematográfico com base nos preceitos teórico-metodológicos da Teoria do Ator-Rede (ANT). Na sua face de método, a ANT propõe a descrição de um fenômeno a partir de diferentes técnicas de pesquisa, dentre elas, o discurso dos atores envolvidos. Com base nessa orientação, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais da gestão pública e iniciativa privada dos setores turístico e audiovisual, de modo a descrever o fenômeno do turismo cinematográfico. O resultado das entrevistas foi triangulado com aquilo que se apurou na revisão de literatura, gerando o relato aqui apresentado. O estudo revelou que a vocação cinematográfica do Rio de Janeiro é utilizada como discurso de atração das produções audiovisuais para a cidade e que há falta de vínculos mais profundos entre os setores de turismo e audiovisual da cidade. A centralidade e a hipertrofia de um dos atores, a existência de atores invisíveis e alguns desmontados ao longo do caminho foram detectados durante a pesquisa. O setor do turismo local não se relaciona com o setor audiovisual e há nessa relação uma oportunidade de expansão de negócios inexplorada.
Moraes (org.). Gestão em turismo e hotelaria: experiências públicas e privadas. São Paulo: Editora Aleph, 2004.Gestão em turismo e hotelaria... não é apenas um apanhado de experiências públicas e privadas. Os vários temas abordados, cada qual em sua área de especialização, compõem um quadro amplo da gestão do turismo. Em seus 22 capítulos, o livro possibilita ao leitor compreender a necessidade de integração entre os atores públicos e privados para a gestão da atividade turística, levando em conta sua dimensão econômica, social e ambiental. Dessa forma, a obra propõe um entendimento amplo do fenômeno turístico, no qual as pessoas são colocadas no centro da atividade, com o cuidado de que não somente seus corpos, mas também suas mentes e espírito sejam levados em conta.A primeira parte do livro é dividida em oito capítulos, e nela autores selecionados por Luiz Gustavo Medeiros e Deborah Moraes Zouain destacam aspectos fundamentais a serem considerados na elaboração de políticas para o setor. É o caso da variável socioambiental; da mesma forma que o leitor irá conhecer propostas para alterar a equação na qual o bônus da atividade fica para o capital e o ônus para o trabalhador e a comunidade receptora. Ainda nessa primeira parte, são analisados os planos diretores municipais, as regras de zoneamento urbano e a determinação de categorias de uso e restrições para o planejamento urbano-ambiental de um destino turístico. A referência ao caso da Bahia amplia esse questionamento, ao apresentar o problema da competitividade e de como garantir a sustentabilidade da atividade turística.A questão de como gerir a oferta e a demanda é abordada através do exemplo do município fluminense de Rio das Ostras, e o objetivo é mostrar que deve ser evitado o ciclo histórico de exploração e abandono de uma área turística. O impacto causado pelos grandes projetos hoteleiros nas comunidades onde são instalados, os efeitos da atividade turística sobre os que nela trabalham e a gestão estratégica dessa atividade − apresentada, principalmente, pela ótica da qualidade em serviços e da interação entre a atividade empresarial e as instituições de ensino superior − são temas que concluem a primeira parte do livro.A segunda parte é composta de mais oito capítulos e foca o setor privado, sem contudo deixar de oferecer subsídios que podem contribuir para o planejamento do setor público. Inicialmente, um texto fala da instalação de parques de diversões em shopping centers e a conseqüente criação do novo segmento dos parques de conveniência, seguindo o conceito de centros de entretenimento familiar. Em seguida, é abordado o trabalho do SE-NAC (Serviço Nacional do Comércio) e sua contribuição para a formação de profissionais de turismo de níveis médio e superior, visando atender à demanda do mercado.A hotelaria e sua importância para a atividade turística é outro tópico abordado; antes de tudo, como um segmento-alvo, num texto que trata da aprendizagem organizacional como fator de competitividade. Em seguida, a * Mestre em Administração Pública pela...
Resumo: Considerada por uns como dom e, por outros, como virtude, vista como ferramenta de negócios ou percebida como prática social, a hospitalidade levanta questões sobre relações humanas que remontam à antiguidade. Dado o contexto de intensas modificações nas relações humanas proporcionadas pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), revisitamos os modelos seminais e nos propusemos apresentar uma releitura deles. Explicitamos a importância das TIC no modo como a hospitalidade se manifesta no renovado ambiente de negócios dos meios de hospedagem, depois do advento das plataformas de hospedagem P2P (peer to peer ou pessoa a pessoa) a fim de propor um novo modelo. A virtualidade, típica da hospedagem P2P, era incipiente quando os modelos seminais foram propostos. Propusemos, então, uma nova ferramenta de análise para a hospitalidade abarcando as relações virtuais contemporâneas. O resultado foi um modelo heurístico que, esperamos, seja adotado, criticado e aperfeiçoado pela comunidade científica dedicada aos estudos de hospitalidade.
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