<p>O objetivo do artigo foi analisar os incentivos econômicos para seleção do método (custo ou valor justo) de mensuração contábil das propriedades para investimento por parte das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Foi realizada uma análise quantitativa através de estatística univariada (teste de diferença de média <em>Mann-Whitney U</em> e teste de proporções) e multivariada (regressão logística) para análise de 36 empresas com propriedades para investimento. Os resultados demonstram que apenas 14 empresas (39%) optaram pelo método de valor justo para mensuração de suas propriedades para investimento. A análise univariada e multivariada dos dados permitem concluir que apenas a variável receita líquida foi estatisticamente significante para explicar o método de mensuração das propriedades para investimento escolhido pelas empresas. Em geral, as empresas com menor receita líquida apresentam maior probabilidade de utilizar o método de valor justo. O estudo é relevante por permite conhecer os tipos de escolhas de práticas contábeis realizadas pelos administrados no período pós implementação do IFRS.</p>
O presente estudo analisa o nível de transparência pública nos relatórios de gestão anuais de entidades públicas federais e os incentivos (político, institucional, governamental, social e financeiro) que podem afetar a divulgação da informação pública. Aborda-se a perspectiva da teoria de agência e da prestação de contas (public accountability) na divulgação da informação, pois os gestores governamentais podem disponibilizar ao cidadão uma informação incompleta (conflito de agência). Nesse sentido, uma maior transparência da informação pública pode servir como uma forma de aproximação entre o principal (cidadão) e o agente (gestor público). Realizou-se uma pesquisa empírica, de natureza quantitativa, para análise do nível de transparência apresentado nos Relatórios de Gestão de 2010 de 115 entidades públicas federais. Para tanto, foi construído um Índice de Transparência Pública Federal (ITPF), baseado em estudos internacionais, de modo a verificar o nível de divulgação da informação pública apresentado nos relatórios de gestão anuais e os incentivos que afetam essa divulgação. Os resultados apontam um baixo nível de transparência pública nos relatórios de gestão (48%), deficiências na divulgação obrigatória (80%) e baixa aderência às práticas de evidenciação voluntária (19%). Sobre os incentivos para a divulgação, se observou uma relação positiva entre o tipo de entidade, acessibilidade e demografia de pessoal com o índice de transparência pública, enquanto a burocracia pública mostrou uma relação negativa. Já o porte, tamanho do núcleo de gestão, receita orçamentária e dependência federal não influenciam a divulgação da informação pública nos relatórios de gestão.
O presente estudo documenta e analisa a forma como a empresa Petróleo Brasileiro S.A. utilizou a evidenciação voluntária de informações sociais em seus relatórios anuais, no período de 1993 a 2002, para encaminhar questões relacionadas com sua atividade, frente a uma possível ameaça ou perda de legitimidade. Baseado na teoria da legitimidade e na hipótese do custo político demonstra-se que a empresa analisada utilizou seus relatórios anuais para encaminhar questões negativas relacionados aos acidentes ambientais gerados por suas atividades. Demonstra-se também que a empresa utilizou determinadas estratégias de evidenciação de informações sociais. Quanto ao tipo de argumentação, são apresentados trechos do relatório anual que demonstram a existência de argumentos em benefício próprio na explicação dos problemas relacionados às atividades da empresa. Isto é, os administradores da empresa concentram-se em apresentar informações sociais que enfatizam aspectos positivos. Em suma, este estudo mostra que, consciente ou inconscientemente, os administradores da empresa analisada adotam determinados padrões quanto à forma e ao conteúdo da evidenciação de informações sociais nos relatórios anuais como parte de um processo de recuperação da sua legitimidade.
O objetivo desta pesquisa é analisar as percepções dos analistas de investimentos e analistas de crédito quanto à utilidade das informações contábeis societárias e regulatórias do setor elétrico. Para tanto, foram enviados questionários, no período de fevereiro a abril de 2017, para 56 analistas financeiros indicados nos sites das concessionárias de energia elétrica. A taxa de resposta foi de 46%, ou seja, a pesquisa obteve 26 respondentes, dos quais 14 são analistas de investimento e 12 analistas de crédito. Os resultados evidenciaram que: i) os itens da demonstração de resultado são mais relevantes que os itens do balanço patrimonial; ii) os analistas de investimento consideram a Demonstração do Resultado do Exercício regulatória mais adequada para suas análises do que os analistas de crédito e similares; iii) a percepção do prejuízo para a análise devido ao atraso na divulgação das demonstrações regulatórias foi maior para os analistas de investimento do que para os analistas de crédito e iv) o atual formato de divulgação (uma demonstração contábil societária e outra regulatória) das informações financeiras das empresas de energia elétrica não é considerado o ideal para os analistas financeiros.
Neste estudo, analisamos a magnitude e frequência das operações descontinuadas, bem como as justificativas apresentadas pelos administradores brasileiros nos relatórios anuais e fatos relevantes para classificar tais operações. O estudo compreende a análise de 191 operações descontinuadas divulgadas por empresas brasileiras, após a adoção das IFRS, no período de 2010 a junho de 2016. Realizamos uma análise qualitativa (análise de conteúdo) e quantitativa (tabela de contingência e testes estatísticos não paramétricos) dos dados coletados. Assim como sugerido pela Teoria dos Escândalos Corporativos, nossos resultados demostram que não há evidências de que as empresas brasileiras tomaram decisões oportunistas para aumentar o resultado das operações continuadas. Nosso estudo amplia a literatura de duas maneiras. Primeiro, fornece novas evidências sobre os impactos de adotar as IFRS 5 em um mercado em desenvolvimento. Segundo, demostra que a adoção da abordagem orientada para o futuro, aplicada no IFRS 5, não está associada a decisões oportunistas.
nuclear de Fukushima, a teoria da legitimidade afirma que as empresas tendem a se utilizar de estratégias que visem recuperar sua legitimidade perante a sociedade mediante a divulgação voluntária de informações que demonstrem responsabilidade social em suas atividades. Assim, este estudo tem por objetivo realizar uma pesquisa exploratória nos relatórios da Eletrobrás Termonuclear S.A. (Eletronuclear) referentes aos exercícios de 2006 a 2010, a fim de verificar como a empresa se utilizou da evidenciação voluntária para solucionar questões negativas relacionadas às suas atividades. Os resultados sugerem, consistentemente com os estudos realizados anteriormente, que os administradores da empresa, consciente ou inconscientemente, aumentaram a evidenciação de seus relatórios da administração nas categorias meio ambiente, produto e energia, e utilizaram, no período analisado, as segunda e terceira estratégias de evidenciação propostas por Lindblom (1994). Ademais, após o acidente, incrementaram a evidenciação voluntária com o aperfeiçoamento do seu relatório de sustentabilidade e a elaboração de outros documentos correlatos. O resultado observado no estudo de caso contribui para a literatura na medida em que demonstra que podem não existir diferenças significativas entre as estratégias de evidenciação social utilizadas por (1) empresas públicas e privadas; e (2) empresas causadoras de acidentes ambientais e aquelas outras que participam do mesmo setor de atividade, na busca pela manutenção de sua legitimidade social frente a questionamentos sociais sobre sua atividade ou produtos e serviços por elas comercializados, observando-se épocas distintas, sobretudo nas últimas três décadas. Palavras-chave: Evidenciação social voluntária. Responsabilidade social. Estratégias de evidenciação. Teoria da legitimidade.
This paper has two objectives: (1) to demonstrate that the main accounting choices made by accountants and managers of OGX Company throughout its full business life cycle were not opportunistic, as often suggested by the hypothesis of Positive Accounting Theory; and (2) to demonstrate that these accounting choices may be better explained by the Theory of Corporate Scandals, by the Monitoring Hypothesis and by the Corporate Reputation Hypothesis. The research was conducted using a longitudinal case study approach, from 2006-2015, in order to identify visible accounting decisions in annual financial statements reports. It was found that the analyzed Company had the incentives to preform opportunistic accounting choices, such as the ones predicted by the PAT hypothesis and had also done through several situations in its business life cycle that could have influenced it to perform opportunistic accounting choices. However, there is no evidence that the Company ever made use of either opportunistic increasing-income accounting changes to impact their financial debt-covenants and bonus plan, or decreasing-income accounting to avoid government intervention, as suggested by the opportunistic approach of PAT hypothesis.
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