A partir da proposta de Menezes (2006, 2011) de estudo das expressões linguísticas modalizadoras deônticas na construção da argumentação em discursos políticos, empreendemos análise retórico-linguística dos modos de atuação das expressões deônticas constitutivas do discurso de proclamação da independência da Guiné-Bissau. Tendo em vista a missão da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), como instituição de ensino internacional, valorizamos o debruçar-se sobre os textos entendidos como marcos históricos dos países que habitam a UNILAB, sob os mais diversos vieses. Entendemos que o estudo deste documento histórico sob o ponto de vista retórico-linguístico auxilia às reflexões acerca do próprio conceito de nação guineense, construído linguisticamente no discurso de proclamação da independência. Analisamos a íntegra do discurso de independência da Guiné-Bissau com base nos parâmetros “alvo” e “fonte” dos valores semânticos deônticos instaurados no discurso, bem como consideramos as partes constitutivas do discurso conforme delineadas pela retórica a fim de compreendermos os efeitos de sentido gerados pelas expressões linguísticas modalizadoras deônticas na construção da argumentação. Constatamos, ao longo de um discurso de sete páginas, a presença de vinte e nove expressões modalizadoras deônticas, localizadas nas partes do discurso destinadas à apresentação de provas e ao epílogo, cuja fonte emana de valores morais como a lealdade e que constroem um conceito de nação independente do julgo colonial que só alcançou e manterá tal configuração se mantiver estrutura monopartidária. Palavras-chave: Modalidade deôntica. Leiturar e tórico-linguística. Discurso de independência da Guiné-Bissau.
Neste trabalho, partindo de Marcuschi (2015) e Castilho (1997), estudamos o papel discursivo e gramatical da repetição na língua falada. Nossa hipótese é que a língua é um sistema complexo, integrado pelo Léxico, Discurso, Gramática e Semântica, nos termos da Abordagem multissistêmica da língua (CASTILHO, 2010). Nosso objetivo é demonstrar que a repetição, entendida como a reiteração de um segmento idêntico ou semelhante, é um processo constitutivo das línguas naturais, dispondo de propriedades discursivas e gramaticais, para além das propriedades semânticas e lexicais, que não serão examinadas aqui. Nossos dados foram colhidos em entrevistas do tipo diálogo entre dois informantes do Projeto NURC/Ba. Como resultados, tem-se a formulação, fundamentada em Marcuschi (2015), de quadros de manifestações e funções das repetições (norteadores de nossa busca por ocorrências do fenômeno no corpus delimitado). Além disso, investigamos processos de gramaticalização envolvendo os advérbios “sim” e “não”, cujas análises apontam para a condição do “sim” ser apagado em respostas de cunho afirmativo, enquanto o verbo é repetido. No caso do “não”, a realidade se inverte. Este é mantido em respostas negativas, sendo, costumeiramente, o verbo apagado. Também destacamos que a repetição do “não” em respostas negativas pode ocasionar efeito de ênfase.
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