INTRODUÇÃOOs incêndios são uma das mais importantes fontes de danos aos ecossistemas florestais nas regiões em desenvolvimento. A pressão que essas áreas florestais sofrem devido a necessidade de novas áreas destinadas às atividades agropecuárias têm aumentado consideravelmente o número de incêndios e a extensão das áreas queimadas.Os incêndios, além dos inúmeros danos aos ecossistemas florestais, têm importância ecológica fundamental devido sua influência sobre a poluição atmosférica e mudanças climáticas, que têm impactos diretos e indiretos sobre os habitats e os ecossistemas.A rapidez e a eficiência na detecção e monitoramento dos incêndios florestais é fundamental para a viabilização do controle do fogo, redução dos custos nas operações de combate e atenuação dos danos. Além disso, um conhecimento inadequado da localização do incêndio e extensão da área queimada prejudica a estimativa do impacto do fogo sobre o ambiente .Portanto, os métodos de detecção e monitoramento de incêndios florestais são fundamentais para o planejamento do controle, bem como para o dimensionamento dos efeitos produzidos pelo fogo sobre o ambiente.Diversas formas de detecção de incêndios florestais podem ser utilizadas. Dependendo das características do local, principalmente extensão da área a ser monitorada, pode se utilizar meios de detecção através de vigilância terrestre por postos de vigilância e torres de observação, patrulhamento aéreo com aeronaves e monitoramento por imagens de satélites.Para países de grande extensão territorial, como o Brasil, o monitoramento dos incêndios florestais, a nível nacional e em escalas regionais, através de imagens de satélites é o meio mais eficiente e de baixo custo, quando comparado com os demais meios de detecção. O planejamento nacional das atividades de controle de incêndios florestais, o disciplinamento das atividades de uso do fogo controlado, bem como a avaliação dos efeitos do fogo sobre a atmosfera, só é viável através do monitoramento por satélites. Portanto, as informações obtidas devem ser de qualidade e confiáveis.Aos estudos sobre queima de biomassa geralmente faltam informações sobre a variabilidade espaço-temporal dos incêndios florestais em escala regional e global. A aplicação de resultados locais a grandes áreas pode dar uma idéia dos padrões dos incêndios, como por exemplo: distribuições dos incêndios, quantidade de área queimada e taxa de emissão de carbono, mas os erros podem ser grandes. Observações terrestres são inadequadas para descrever a variabilidade regional, tornando-se necessária a exploração da capacidade de observação dos satélites. No entanto, medições a partir de observações terrestres são necessárias para avaliar o desempenho das técnicas dos satélites (Razafimpanilo et al, 1995).