RESUMO:Os sujeitos sociais tratados nessa pesquisa foram os camponeses historicamente constituídos nas várzeas do médio rio Amazonas, em especial nos municípios de Urucará, Parintins e Urucurituba. Nesse ecossistema, pela absorção de diferentes traços culturais, estabeleceram relações econômicas, sociais e territoriais, condição que prevaleceu até meados da década de 1950, quando grandes enchentes/cheias e indisponibilidade de terras forçaram a migração permanente para as áreas de terra firme nas décadas de 1960/70. Historicamente a base de sustentação socioeconômica desses municípios, em especial Urucará, foco da nossa pesquisa, esteve ligada a atividade camponesa e suas possíveis relações com a terra, floresta e água possibilitaram uma agricultura de subsistência, práticas extrativas e atividades pesqueiras, destacando o protagonismo da várzea na vida e nas relações estabelecidas. Sua integração mercantil possibilitou trocas de produtos e mercadorias e ao mesmo tempo, relações de exploração e subordinação do trabalho camponês, sistema rompido ou acentuado pelas novas conjunturas políticas, econômicas e sociais da década de 1960. Essa década é emblemática não apenas pela visibilidade que os movimentos sociais no campo adquiriram no Brasil, mas especialmente pela organização e fortalecimento do campesinato no médio rio Amazonas. A territorialização camponesa na terra firme se deu através de Comunidades Eclesiais de Bases e colônias agrícolas, fortalecendo suas lutas através da criação de entidades (associações, cooperativas, sindicatos, Escola Família Agrícola) e principalmente, de uma instituição que coordenasse e articulasse as ações juntamente aos setores estatais, engajado de forma ou de outra, despertar a consciência política e social desses sujeitos sociais.
Palavras-chave: Colônias Agrícolas; Camponês; TerritórioABSTRACT: The social subjects treated in this research were the peasants historically constituted in the floodplains of the middle Amazon River, especially in the municipalities of Urucará, Parintins and Urucurituba. In this ecosystem, through the absorption of different cultural traits, they established economic, social and territorial relations, a condition that prevailed until the mid 1950s, when large floods / floods and land unavailability forced permanent migration to land areas in the 1960/70. Historically the base of socioeconomic support of these municipalities, in particular Urucará, the focus of our research, was linked to peasant activity and its possible relations with land, forest and water made possible subsistence agriculture, extractive practices and fishing activities, highlighting the várzea in life and established relationships. Its mercantile integration made possible the exchange of products and merchandise and at the same time, relations of exploitation and subordination of peasant labor, a system broken or accentuated by the new political, economic and social conjunctures of the 1960s. This decade is emblematic not only by the visibility that the social movements in the coun...