O estado de Alagoas apresenta um histórico de elevados índices de criminalidade e de desigualdade social, sendo a sua capital, Maceió, considerada uma das áreas mais violentas do mundo e com a presença de importantes diferenças socioespaciais, com aspectos de gentrificação, demonstrando acentuada desigualdade, exclusão social, pobreza e segregação. Desta forma, a realização do presente estudo teve como objetivo identificar e descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por causa externa no estado do Alagoas, entre os anos de 2010 a 2020. Trata-se de um estudo retrospectivo, analítico, observacional, e transversal, de abordagem quantitativa, baseado nos dados submetidos ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), e disponibilizados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis coletadas foram: número de óbitos por causa externa, distribuição por sexo, faixa etária, principais agravos, incidência por região de saúde. No estado do Alagoas, entre os anos de 2010 a 2020 foram confirmados 34308 óbitos por causa externa, sendo o sexo masculino o mais acometido com 29998 registros (87,43%). Existe uma alta incidência de óbitos no sexo masculino devido à maior suscetibilidade dos homens jovens às circunstâncias econômicas e sociais do que outros grupos demográficos quanto aos fatores que influenciam o risco de homicídio. Portanto, os resultados apresentados são necessários para auxiliar o subsídio de políticas de saúde e segurança no estado de Alagoas, minimizando a ocorrência de óbitos por causas evitáveis, a exemplo da mortalidade por causas externas.