“…Através de debates que vinham das décadas anteriores acerca da necessidade de um cinema autenticamente brasileiro (ROCHA, 1963(ROCHA, , 2004SILVEIRA, 2006aSILVEIRA, , 2006b, além da difusão do marxismo e os debates políticos no meio artísticodisseminados tanto pelo Centro Popular de Cultura (CPC) 14 da União Nacional dos Estudantes (UNE) quanto pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), os cineastas passam a se debruçar também sobre o tema da alienação da população e os limites do seu engajamento frente a conjuntura social desfavorável. A susceptibilidade de trabalhadores rurais pauperizados à religiosidade popular nas cidades, como vemos em Viramundo (1965), de Geraldo Sarno, e o desinteresse dos grupos médios urbanos por questões que não diziam respeito aos seus interesses materiais mais imediatos, como trabalha Arnaldo Jabor em Opinião pública (1967), são, portanto, temas relativos de uma sociedade desigual e contraditória que, na visão dos cineastas, carecia de um ator político capaz de transformá-la (HOLLANDA, 2012;NAPOLITANO, 2014NAPOLITANO, , 2017.…”