Este artigo defende que o tradutor literário trabalha sobre a obra original expressando interiormente suas emoções e sentimentos sob máscaras de personagens. Suas escolhas lexicais são indicativas de sua performance interior, cujas subjetividades íntimas são visíveis quando em contraste com a linguagem de outros tradutores. Para sustentar meu ponto de que a tradução literária é emocionalmente performativa e acontece no estado de transição psicológica entre o Outro ficcional e múltiplos Eus, bem como entre mimese e autotese, explorarei a possibilidade de modelá-la como um teatro da mente por meio do contraste semântico dos verbos dicendi encontrados no primeiro capítulo de O Som e a Fúria, de William Faulkner, e suas seis traduções em russo, polonês, lituano, romeno e francês.