Vulnerabilidade e Declínio Funcional em pessoas idosas da Atenção Primária à Saúde: estudo longitudinal

Abstract

Resumo Objetivo Avaliar a associação da vulnerabilidade e o declínio funcional para Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) em pessoas idosas atendidas em unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Várzea Grande (MT), Brasil. Método Estudo longitudinal realizado com 304 pessoas idosas, com acompanhamento de 24 meses. A variável de exposição principal, vulnerabilidade, foi mensurada na linha de base utilizando-se o Vulnerable Elders Survey (VES-13). A variável dependente foi “declínio funcional em AIVD”, definido como a diminuição de pelo menos um ponto no score de capacidade funcional, avaliada pela Escala de Lawton e Brody, entre a coleta da linha de base e o follow-up. As associações entre declínio funcional em AIVD e vulnerabilidade, condições de saúde, fatores sociodemográficos, autoavaliação de saúde, estilo de vida e eventos adversos em saúde foram estimadas por meio do Odds Ratio (OR), utilizando regressão logística binária. Resultados 35,20% das pessoas idosas apresentaram declínio da capacidade funcional em AIVD. O declínio funcional se associou no modelo final com a interação entre vulnerabilidade e inatividade física (OR=3,12, IC95%, 1,42-6,86), insatisfação com a vida (OR=2,23, IC95%, 1,09-4,56) e hospitalização (OR=2,01, IC95%, 1,18-3,41). Conclusão O declínio funcional em AIVD foi maior nas pessoas idosas vulneráveis que estavam inativas fisicamente, naquelas insatisfeitas com a vida e que foram hospitalizadas durante o período de seguimento, sendo importante que essas condições sejam identificadas precocemente, para que ações de prevenção de declínio funcional sejam implementadas, além dos programas de incentivo à prática de atividade física pelas pessoas idosas.

Factors associated with functional disability in older adults with cancer treated at reference outpatient clinics in the state of Mato Grosso, Brazil

“…We found an association between depressive symptoms and greater functional disability in older adults with cancer. Other works highlight this association, which may have negative and even irreversible consequences 11,41 . A comparative study of older adults with and without cancer that also used PHQ-9 found a higher prevalence of depression in those with cancer 42 .…”

“…Functional disability in older adults usually corresponds to difficulty in basic self-care tasks, including instrumental activities of daily living (IADL), which leads to autonomy restrictions and dependence, reducing their quality of life and increasing the use of health services 10,11 . Epidemiological studies often use the Lawton and Brody scale for its measurement 12 .…”

Fatores associados a quedas em idosos hospitalizados: revisão integrativa

“…A idade avançada foi um achado comum a diferentes estudos (Groot et al, 2020;Hou et al, 2017;Ishida et al, 2020;Lackoff et al, 2020;Mazur et al, 2016;Rashid et al, 2019), situação que pode levar a diminuição da força muscular, especialmente nos membros inferiores, e que está diretamente relacionada ao equilíbrio e inversamente relacionada ao risco de quedas (de Oliveira et al, 2021). Isto contribui também para o desenvolvimento de declínio funcional, condição agravada pela hospitalização e que favorece a presença de incapacidades (Cabral et al, 2021). A avaliação multidimensional da pessoa idosa e a promoção de ações que visem a prevenção do agravamento do declínio funcional no ambiente hospitalar podem contribuir para o menor risco de quedas nesse ambiente.…”

Relação entre dependência para realização de atividades básicas de vida diária e risco de sarcopenia em idosos internados

“…5 Na maioria das vezes, o declínio funcional está ligado ao envelhecimento, porém ele não pode ser atribuído ao envelhecimento normal, mas a algumas incapacidades, que acabam sendo comuns no público idoso, como incapacidade cognitiva, imobilidade, sarcopenia, incontinência, incapacidade comunicativa, iatrogenia e isolamento social. 6 A sarcopenia é caracterizada pela perda progressiva de massa e força muscular, assim como da redução da capacidade funcional, estando associada com a dependência para realização das atividades básicas de vida diária (ABVD). 7 O seu desenvolvimento está ligado a alterações relacionadas à pior qualidade de vida, como redução da mobilidade cognitiva e física, sedentarismo, aumento da dependência, risco de quedas, fraturas, internações e morte.…”