Vivências de agentes comunitários de saúde no cuidado da pessoa consumidora de drogas

Abstract

Objetivo: desvelar vivências de agentes comunitários de saúde no cuidado da pessoa consumidora de drogas. Materiais e métodos: estudo fundamentado na fenomenologia merleau-pontyana, realizado noprimeiro semestre de 2018, em um município de médio porte no interior da Bahia, Brasil. Participaram do estudo sete agentes comunitários de saúde, a partir de três encontros de grupo focal. As descrições vivenciais foram gravadas, transcritas e submetidas àtécnica analítica da ambiguidade. Resultados: os participantes vivenciam uma condição conflituosa, na qual, ao mesmo tempo quereconhecem a necessidade de assistir as pessoas que fazem o consumo de drogas, são tomados por um sentimento de impotência que dificulta a prática do cuidado. A impotencialidade parece ser motivada por questões amplas e complexas, a exemplo do preconceito ante os consumidores de drogas e a convivência com o “sucateamento” da atenção básica. Conclusões: evidenciou-se que os agentes comunitários de saúde vivenciam desmotivações para o cuidado das pessoas consumidoras de drogas, motivadas por diferentes e complexas questões, que vão desde a associação do consumo à imoralidade, à violência e ao narcotráfico, até a convivência com o “sucateamento” da estratégia saúde da família e a precarização da categoria desses agentes.

Desvendando as ações de profissionais de enfermagem da atenção primária à saúde aos usuários de álcool e outras drogas: revisão integrativa

“…Embora os profissionais de saúde sejam favoráveis à prática de atender todos os usuários da ESF, involuntariamente são tomados por preconceitos que os impedem de prestar assistência (RIBEIRO et al, 2021;SANTOS et al, 2022). No entanto, quando a central de ajuda é o usuário, enquanto sujeito social, e não um «drogado», «dependente químico», ajuda a estabelecer um vínculo com ele (QUEIROZ-SUBRINHO et al, 2018).…”

“…A Atenção Primária à Saúde tem como principal modelo de organizaçãoa Estratégia Saúde da Família, para prestar atenção integral e contínua a partir da relação entre a atenção básica e outros pontos complexos da rede de saúde (LAPORTE et al, 2016), primando a saúde de acordo com os princípios do SUS, além de garantir o cuidado ao indivíduo no contexto de sua família. O programa também influencia os fatores de risco aos quais a população está exposta e incentiva as organizações comunitárias a implementarem o controle social no futuro (RIBEIRO et al, 2021).…”

Atuação do enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família no cuidado da pessoa que faz uso de substâncias psicoativas

“…demanda seja atendida na APS, que é a porta de entrada aos serviços de saúde do SUS; e que a mesma seja identificada e tratada em tempo oportuno, pois estes transtornos além de comprometer a saúde do usuário, pode conduzi-lo à situação e comportamento de risco(MILITÃO et al, 2022). Porém observa-se no âmbito mundial, que sete em cada oito pessoas equipe/usuário/família, de modo a identificar as necessidades de saúde incluindo questões relacionadas ao uso de SPA(PINTO et al, 2017;RIBEIRO et al, 2021;GUIMARÃES et al, 2021;SOUSA, 2022). Espera-se deste a identificação da demanda e facilitação do seu acesso ao serviço de saúde, assim como a sua contribuição para minimizar as consequências do uso, por meio de intervenções preventivas e educativas(GUIMARÃES et al, 2021).Também é esperado do ACS que oriente e aconselhe as famílias sobre a complexidade e consequências do uso e medie o acolhimento desses indivíduos (usuário e familiares) no serviço de saúde(GUIMARÃES et al, 2021).…”

“…Espera-se deste a identificação da demanda e facilitação do seu acesso ao serviço de saúde, assim como a sua contribuição para minimizar as consequências do uso, por meio de intervenções preventivas e educativas(GUIMARÃES et al, 2021).Também é esperado do ACS que oriente e aconselhe as famílias sobre a complexidade e consequências do uso e medie o acolhimento desses indivíduos (usuário e familiares) no serviço de saúde(GUIMARÃES et al, 2021). Apesar das atribuições parecerem claras, quando se refere às demandas atribuídas ao uso de SPA, estudos apontam que estas são negligenciadas em decorrência de insegurança, despreparo e estigmas(GUIMARÃES et al, 2021;MELO, ASSUNÇÃO, VECCHIA, 2016) e mesmo quando os ACS conduzem o caso até o serviço, percebem a ausência de responsabilização dos demais membros da equipe, o que se torna um empecilho para o seu serviço(RIBEIRO et al, 2021). do serviço no cuidado a pessoa que faz uso de SPA, além de relatar despreparo técnico, receio, e não saber lidar com esse usuário.O enfermeiro tem potencial para desenvolver um importante papel no acompanhamento e assistência de pessoa que faz uso de SPA(PACHECO et al, 2019), Além de identificar ou rastrear um possível consumo de substâncias, é importante que estes profissionais identifiquem o padrão de uso, para em seguida selecionar a conduta adequada para cada caso.…”