Virgindade: tema atual, tema de História

Sentidos e experiências relatados por mulheres em relacionamentos não monogâmicos

“…Essas diferenças entre os gêneros seriam justificadas pelo fato de a castidade e o resguardo sexual e moral das mulheres terem sido elementos cultura e historicamente incentivados nas sociedades monogâmicas e patriarcais de tradição europeia cristã, tal como a brasileira (KNIBIEHLER, 2016;PINSKY, 2016). Assim, o controle da sexualidade feminina e sua "pureza" física e moral foram valorizados para garantir a legitimidade da prole -ou seja, para garantir filhos legítimos que seriam os herdeiros do patrimônio de seu marido.…”

“…Assim, o controle da sexualidade feminina e sua "pureza" física e moral foram valorizados para garantir a legitimidade da prole -ou seja, para garantir filhos legítimos que seriam os herdeiros do patrimônio de seu marido. A preponderância da virgindade e da honradez física e moral femininas começaram a ser questionadas de maneira mais sistemática por parte das mulheres a partir do século XX devido aos avanços científicos, à laicização da sociedade, aos movimentos feministas e ao surgimento de práticas contraceptivas medicamentosas (ILLOUZ, 2019;MULLER;BESING, 2018;PINSKY, 2016).…”

“…Por isso, o casamento monogâmico e heterossexual foi considerado na ocidentalidade pedra-de-toque deste sistema de dominação com características patriarcais (ILLOUZ, 2012). Das mulheres transformadas em patrimônios e dependentes econômica e afetivamente dos homens decorreu um modelo de feminilidade considerado ideal: esposa passiva, obediente e moral e sexualmente casta (FEDERICI, 2017;KNIBIEHLER, 2016;PINSKY, 2016).…”