Violência obstétrica: manifestações postadas em grupos virtuais no Facebook

Abstract

O presente estudo teve por objetivo analisar as manifestações acerca da violência obstétrica postadas em grupos virtuais do Facebook. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva; realizada em grupos públicos hospedados na rede social virtual Facebook que abordam a temática de violência obstétrica. A coleta de dados foi realizada no mês de setembro de 2018. O material para análise foi composto por 44 postagens publicadas no ano de 2017, submetidos a proposta operativa de Minayo. No que se refere especificamente a tipologia das postagens, constatou-se que a mesma é diversificada, constituindo-se principalmente pela divulgação de notícias, de histórias e vivências pessoais, e pela publicação de citações de frases de efeito. Como lacuna na assistência à mulher no período gravídico-puerperal que culminam em violência obstétrica, as postagens selecionadas para esse estudo evidenciaram a negação de seus direitos e as ações praticadas pelos profissionais de saúde que cunham negligência, imperícia e imprudência. As postagens mostram que, mesmo com a política de humanização do parto e nascimento, ainda hoje as práticas que buscam garantir o protagonismo da mulher e seus direitos no período gravídico-puerperal possuem pouco reconhecimento no âmbito social, refletindo na prática assistencial violenta.

Situations of Obstetric Violence from the Perspective of Puerperal Women

“…Health services need to adapt to comply with what is exposed in Law n. 11,108 of April 7, 2005, which guarantees parturients the right to the presence of a companion during labor, delivery and immediate postpartum [4]. It is important to emphasize that the companion is chosen by the woman and should be accepted without distinction.…”

“…On the other hand, procedures such as enema, trichotomy, prophylactic venous catheterization, supine and lithotomic position with or without stirrups, rectal examination, routine uterine washing, prolonged and directed pull effort, massage and distension of the perineum, parenteral ergomethrin and use of radiographic pelvimetry should not be used because they are harmful or ineffective. Early amniotomy, maneuvers related to perineum protection and cephalic pole management, active manipulation of the fetus, early clamping of the umbilical cord, fasting, routine episiotomy and active management of oxytocin labor should be carefully used, since there is no scientific evidence for their use [4].…”

“…Thus, the woman has the right to choose the type of delivery, intervention and procedure to be performed, to know their reasons, risks and benefits, to know the possibilities of analgesia and to choose the place of delivery and a companion. These measures should be taken consciously, taking into account maternal and fetal wellbeing and the autonomy of the parturient [4][5][6].…”

Análisis sistemático de la producción científica sobre la violencia obstétrica

“…Tabla 5. Clasificación de los estudios incluidos Estudio Enfoque temático Angulo, 2017;Cahill, 1999;Calvo et al, 2020;Camacaro, 2008;Campos et al, 2003;Castro y Erviti, 2014;Fielding-Singh y Dmowska, 2022;García, 2017;Ramírez et al, 2021;Ribeiro et al, 2018 La violación de los derechos sexuales y reproductivos de las mujeres Aranda-Téllez et al, 2021;Batram-Zantcoort et al, 2020;Bellón, 2015;Cárdenas y Salinero, 2021;Castrillo, 2020;Chan, 2022;Fernández, 2015;Goberna-Tricas, 2019;Jojoa-Tobar et al, 2019;Lafaurie et al, 2019;Maung et al, 2021;Murray de López, 2018;Paris y Gracia, 2021;Pauletti et al, 2020;Perdomo-Rubio et al, 2019;Salgado y Díaz, 2019;Sosa, 2018;Tinoco-Zamudio, 2013;Vargas, 2021;Villanueva et al, 2016 La violencia obstétrica contra las mujeres durante su etapa reproductiva. Arnao et al, 2018;Benlloch-Doménech et al, 2019;Herrera, 2016;Iglesias et al, 2019;Lázzaro y Arnao-Bergero, 2021;Rodríguez y Aguilera, 2017;Rominski et al, 2017;Swordy et al, 2020;Wesson, et al, 2018 El cuidado y asistencia recibida por las mujeres en su etapa reproductiva Fuente: elaboración propia.…”

Infográfico animado como ferramenta de empoderamento das mulheres no processo de parto e nascimento

“…Por meio de postagens individuais ou em grupos, as mulheres encontram espaço para expor suas experiências e ajudar outras mulheres que passam por situações semelhantes (PAULETTI; RIBEIRO; SOARES, 2020). Dessa forma, essa mídia virtual pode ser utilizada no intuito de fortalecer a participação das mulheres, em todos os âmbitos da sociedade, promovendo troca de conhecimentos e experiências, empoderando-as no que diz respeito aos seus direitos e principalmente transformando a realidade de assistência ao parto impulsionada pela pressão e resistência que um grupo coeso pode promover (PAULETTI; RIBEIRO;SOARES, 2020).…”