A violência obstétrica é caracterizada por qualquer ato de violência praticado durante a assistência profissional contra a mulher no ciclo gravídico-puerperal e àquelas em situações de abortamento. Diante disso, definiram os seguintes objetivos: Descrever as práticas assistenciais desenvolvidas pelos profissionais de saúde às mulheres no ciclo gravídico-puerperal; Identificar situações de violência obstétrica durante a assistência às mulheres no ciclo gravídico-puerperal e Analisar as práticas assistenciais desenvolvidas às mulheres no ciclo gravídico-puerperal caracterizadas como violência obstétrica. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa, norteado pela Teoria das Representações Sociais, realizado no período de setembro de 2021 a abril de 2022, com 40 mulheres atendidas em uma maternidade de Minas Gerais, no Brasil. Os dados foram coletados através de um roteiro de entrevista semiestruturada e da técnica de associação livre de palavras e foram analisados pela técnica de conteúdo temática proposta por Bardin e pelo software IRAMUTEQ, respectivamente. Evidenciou-se práticas assistenciais obstétricas não recomendadas e sem evidência científica, muitas das quais, enraizadas no modelo tecnocrático, a exemplo do jejum prolongado na hora do parto, a ausência de contato pele a pele entre mãe e filho, o uso da manobra de Kristeller e os toques vaginais repetitivos, com enfoque para a violação dos direitos sexuais e reprodutivos, ausência de comunicação empática e cuidado respeitoso, negligência, maus-tratos, abuso de poder e intervenções sobre o corpo feminino sem o devido consentimento. Percebe-se que a violência obstétrica é um problema de saúde pública com necessidade de intervenção imediata, sendo uma delas a educação permanente para a equipe de saúde.