Violência laboral e qualidade de vida profissional entre enfermeiros da atenção primária

Abstract

Conflitos de interesse: nada a declarar. ResumoObjetivo: Verificar associação entre a violência no trabalho e qualidade de vida profissional em enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde.Métodos: Estudo descritivo, transversal e analítico desenvolvido com 101 enfermeiros da atenção primária, cujos dados foram coletados por instrumento de características sociodemográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, o Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector e a Professional Quality of Life Scale, para avaliar a violência laboral e a qualidade de vida profissional, respectivamente. Os dados analisados descritiva e inferencialmente, por meio do teste qui-quadrado de Wald considerando-se p<0,05 como significância estatística.Resultados: As prevalências dos tipos de violência foram de 65,3% para a verbal, 29,7% assédio moral, 17,8% física, 1% assédio sexual e 1% discriminação racial. A baixa satisfação por compaixão ocorreu com 54,5% dos pesquisados, de alto burnout com 58,4% e de alto estresse pós-traumático, 57,4%. A satisfação por compaixão foi associada com assédio moral no trabalho (p=0,047), estímulo para relatar a violência (p=0,040) e ter havido consequências para o agressor (p=0,018). Não houve associação entre os tipos de violência com o burnout. O estresse pós-traumático esteve associado à violência física no trabalho (p=0,047) e com a existência de procedimentos para relatar a violência (p=0,018).Conclusão: Houve associação da violência laboral com a qualidade de vida profissional. É necessário a criação de medidas institucionais para a promoção da qualidade de vida profissional, prevenção da violência laboral e procedimentos padrões para orientar os profissionais diante dos atos violentos.

Violência Laboral E Suas Inter-Relações Com O Sofrimento Mental Dos Profissionais De Enfermagem No Hospital Universitário Do Triângulo Mineiro-Mg

“…Com isso, a violência laboral pode ser compreendida como uma ação ou um comportamento negativo em uma relação que envolve duas ou mais pessoas, determinada por agressividade, repetida ou não, incluindo situações nas quais os trabalhadores são intimidados, ameaçados, agredidos ou sujeitos a atos ofensivos no ambiente laboral (Fabri et al, 2022).…”

“…No exercício da profissão, verificamos ser intrínseca e recorrente a agressão sofrida pelo trabalhador de enfermagem durante o período laboral, seja de pacientes, familiares ou, sobretudo, de colegas de trabalho e supervisores, o que repercute de maneira negativa e gera sensações como (Fabri et al, 2022). Em outro estudo com enfermeiros de uma unidade de emergência de um hospital dos EUA, constatou-se que a violência no trabalho, além de afetar física e mentalmente os profissionais da enfermagem, também interfere diretamente na qualidade de vida do profissional (Trindade, 2022).…”

“…Segundo o Relatório da 108ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), houve um aumento de 13% na violência contra os trabalhadores de saúde na América Latina (OIT, 2019). No Brasil, a violência é o motivo mais frequente de mortalidade por causas externas, considerada um fenômeno complexo, heterogêneo, plurifacetado e multicausal, consistindo na ruptura da integridade física, psíquica, sexual ou moral do indivíduo, podendo resultar de relações de gênero, de poder ou mesmo de problemas no trabalho entre o agressor e a vítima (Fabri et al, 2022).…”

The Mediating Role of Trust in the Manager in the Effect of Perception of Gender Equality on Sexual Harassment Reporting in the Workplace

“…The main complaints of sexually harassed nurses are low job satisfaction (Maghrabyet et al, 2020), high turnover intention (Pang et al, 2022), burnout (Tsukamoto et al, 2022), depression (Pang et al, 2022) and problems arising from organisational psychology such as post-traumatic stress disorder (Fabri et al, 2022). Another study suggested that prolonged exposure to sexual harassment leads to high emotional exhaustion and depersonalisation in nurses (Tsukamoto et al, 2022).…”

Qualidade de vida relacionada ao trabalho de profissionais da psicologia na política de assistência social dos onze municípios da Região do Bolsão de Mato Grosso do Sul

“…Teste de diferença de médias entre o Fator 3 e variáveis contínuas.Em relação ao Teste de diferença de média entre Fator 4 e variáveis contínuas, os profissionais que não tiveram violência laboral possuem maiores percentuais no grupo alto em relação aos profissionais que tiveram algum episódio dessa violência. Os profissionais que não tiveram violência laboral possuem uma QV boa no que tange ao convívio e lazer fora da organização de trabalho, mesmo considerando a carga horária e o volume de tarefas desenvolvidas na organização.SegundoFabri et al (2022), a violência em ambiente de trabalho vem crescendo em todo o mundo e está sendo um problema de saúde pública, considerando suas consequências psicossomáticas. A violência no âmbito ocupacional pode ser entendida como um comportamento/ação negativo direcionado ao outro, envolvendo-se uma, duas ou um grupo de pessoas.Essa agressividade pode se configurar como: intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas, ofensas ou até mesmo qualquer forma de desrespeito à dignidade humana envolvendo raça, cor, religião, gênero, entre outros.Ao analisar os dados da Tabela 7, referente ao Fator 4, considera-se que as possibilidades de lazer e convívio social das pessoas são proporcionadas pelas organizações de trabalho, tendo como objetivo favorecer boa QV aos trabalhadores.…”