Violência doméstica à mulher: percepção e abordagem profissional na atenção básica na pandemia de Covid-19

Abstract

Objetivo: analisar a abordagem de profissionais de saúde na identificação da violência doméstica às mulheres e a sua percepção sobre os casos durante a pandemia da Covid-19 em Centros de Saúde da Família. Método: pesquisa qualitativa realizada em duas unidades de saúde, mediante entrevistas semiestruturadas, com 23 profissionais de saúde. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2019 e fevereiro de 2021, e os dados foram organizados por meio da análise de conteúdo. Resultados: as categorias mostraram que os profissionais sabem identificar os tipos de violência doméstica, mas que necessitam de maior sensibilização para acolher, identificar e notificar casos. Na percepção dos profissionais durante a pandemia, ocorreu um aumento da violência atribuído ao isolamento social. Conclusão: necessita-se melhorar o trabalho em rede, aumentar as qualificações dos profissionais, oferecendo técnicas de acolhimento e escuta qualificada às mulheres que passam por situações de violência doméstica.

Ações Desenvolvidas Pela Equipe Multiprofissional No Atendimento À Mulher Vítima De Violência Doméstica Na Atenção Primária À Saúde: Revisão Integrativa

“…Foram unânimes ao associar a permanência das mulheres na situação de violência ao fator econômico, sendo a mulher responsabilizada pela situação de violência por manifestar certos comportamentos como passividade. Odorcik, et al, 2021 Violência doméstica à mulher: percepção e abordagem profissional na atenção básica na pandemia de Covid-19.…”

“…Os julgamentos desnecessários dos profissionais sobre as causas e a manutenção da violência é um dos fatores do baixo número de procura por cuidados, relacionando a passividade das vítimas, a volta para o ambiente de violência e o prosseguimento do relacionamento com o agressor como vontade das mulheres em continuar sofrendo violência, o que contribui na forma de interferência dos profissionais nesses casos, seja por medo ou por considera um assunto particular e privado (SILVA et al, 2022). Odorcik et al, (2021), expõe a importância e necessidade de programas de permanentes para capacitar e atualizar os profissionais na identificação, abordagem, acolhimento e atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Além disso, no que se refere a pandemia da COVID-19, houve um aumento significativo de violência em contramão a procura por atendimento, pois o fator distanciamento social e isolamento colocaram as mulheres em maior contato com seus agressores, limitando o contato com familiares e vizinhos e restringindo a busca por ajuda profissional.…”