Violência contra crianças: avaliação das características epidemiológicas no Brasil e no estado de Goiás

Abstract

Objetivo: analisar a violência infantil no contexto brasileiro e no estado de Goiás, avaliando os tipos de violência mais frequentes, as faixas etárias mais afetadas, os ambientes em que mais ocorrem e os principais autores das agressões. Métodos: trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos a partir das notificações registradas na base de dados Sistema de Informações de Agravos de Notificações, disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram coletados dados nacionais e do estado de Goiás referentes ao ano de 2019 e à faixa etária entre menores de 1 ano a 14 anos. As variáveis utilizadas foram: região de notificação, sexo, faixa etária, etnia, locais de ocorrência, prováveis autores e tipos de violência. Resultados: no Brasil, em 2019, 91.876 casos de violência infantil foram notificados, enquanto em Goiás, 2.511 casos. As crianças do sexo feminino e as que se encontram na faixa etária entre 10 a 14 anos são as principais vítimas dessa violência. Além disso, entre os tipos de maus tratos, destacam-se negligência/abandono e violência física e sexual como as mais frequentes, sendo os pais os mais prováveis responsáveis pelo cometimento das agressões e a residência o principal local de ocorrência. Observa-se também o elevado número de registros de violência de repetição. Conclusão: a violência infantil é grave problema de saúde pública e apresenta dados alarmantes, tanto no cenário nacional quanto no estado de Goiás, o que reforça a fragilidade das redes de atenção e proteção às vítimas.

Maus-tratos na infância: o papel do pediatra no reconhecimento precoce

“…Lesões em áreas atípicas de acidentes, em diferentes estágios de desenvolvimento e com a forma de objeto são características que também podem sugerir maus tratos. 17 Além disso, atrasos no calendário de vacina, condições de higiene precárias e a morosidade em procurar atendimento especializado representam potenciais situações de gravidade que devem, dentro do contexto, chamar a atenção do pediatra sobre a possibilidade de negligência. 17 "Alguns dados informam que a maioria dos casos de violência contra as crianças ocorrem em ambientes domiciliares, sendo o pai biológico (41,3%) o principal agressor, seguida da mãe (38,9%) e em terceiro lugar, o padrasto (11,1%)".…”

“…17 Além disso, atrasos no calendário de vacina, condições de higiene precárias e a morosidade em procurar atendimento especializado representam potenciais situações de gravidade que devem, dentro do contexto, chamar a atenção do pediatra sobre a possibilidade de negligência. 17 "Alguns dados informam que a maioria dos casos de violência contra as crianças ocorrem em ambientes domiciliares, sendo o pai biológico (41,3%) o principal agressor, seguida da mãe (38,9%) e em terceiro lugar, o padrasto (11,1%)". 16 3 É indispensável que seja observada a ocorrência de lesões ósseas em diferentes estágios de consolidação.…”