Viabilidade do reúso de água como elemento mitigador dos efeitos da seca no semiárido da Bahia

Abstract

Este artigo tem o objetivo de avaliar a viabilidade de implantação do reúso agrícola de água como elemento mitigador dos efeitos da seca no semiárido baiano, analisando as razões para a implementação de políticas de reúso de água sob o ponto de vista de agricultores e de formuladores de política de recursos hídricos. A pesquisa foi localizada em São Domingos, município da região semiárida da Bahia e a metodologia consistiu na realização de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários fechados. Os resultados indicam que a questão cultural se constitui em obstáculo importante, seja pelo sentimento de repulsa, ou pela crença de que a prática pode trazer riscos à saúde, entretanto, os principais fatores que dificultam a implantação de reúso são de ordem econômica, destacando-se o pouco valor da produção agrícola na referida região.

Inter-relação de técnica de manejo de água e solo aplicadas a cultura do milheto: uma revisão

“…As águas residuárias advindas de sistemas de tratamento, geralmente são utilizadas pela indústria, recarga de aquíferos e uso agrícola (Hespanhol, 2002;Ashekuzzaman et al, 2019). Sendo que para o uso agrícola tem ganhado expressivo destaque, pois diminui o volume de água de boa qualidade consumida por essa atividade e representar uma fonte alternativa de nutrientes (Schaer-Barbosa et al, 2014;Egbuikwem et al, 2020). Embora a água residuária forneça quantidades consideráveis de nutrientes às plantas, também é tipicamente caracterizado por elevado teor de sais dissolvidos, o que pode prejudicar o rendimento das culturas agrícolas e degradar o solo (Erel et al, 2019).…”

“…Além disso, o público geralmente opõe-se ao uso de água residuária pois associam à ideia de reciclagem de esgoto, e o receio de que a exposição a essa água seja insegura (Garcia-Cuerva et al, 2016). Essa atitude de rejeição, diminui consideravelmente em regiões com baixa disponibilidade hídrica, como o Semiárido brasileiro, todavia o receio de contaminação dos alimentos permanece (Schaer-Barbosa et al, 2014). Mesmo ciente dos Research, Society and Development, v. 9, n. 7, e569974503, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4503 9 riscos, no Brasil a Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que trata sobre a classificação e uso de água, não estabelece critérios específicos para águas de reuso.…”

“…Dentre as alternativas, pode-se destacar o reuso de água de esgoto doméstico, pois diminui o volume de água de boa qualidade consumida pela atividade agrícola, além de representar uma fonte de nutrientes para as plantas, durante os períodos de estiagem (Schaer-Barbosa et al, 2014;Egbuikwem et al, 2020). Dentre os tipos de água residuária, destaca-se as águas cinzas, que possuem menos poluentes por não recebe a água da descarga sanitária das residências (Leong et al, 2017;Egbuikwem et al, 2020), consequentemente torna-se o tratamento de baixo custo, pois a água cinza passa apenas por um sistema de filtragem, para retirada de materiais em suspensão.…”

Aspectos socioeconômicos e ambientais do reuso de águas residuárias em uma comunidade rural localizada no município de Apodi-RN

“…A percepção de risco, principalmente em face de novas tecnologias é sempre polêmica, devido ao temor do desconhecido e da sensação de perda de controle associada (SANTOS;FADUL, 2008).…”

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“…A utilização do esgoto tratado pode representar uma fonte de água e nutrientes disponível para aplicação na agricultura, mesmo durante os períodos de estiagem (Shaer-Barbosa et al 2014). Por outro lado, a segurança da reutilização dessas águas residuárias para fins de irrigação é motivo de cautela.…”