Variáveis Associadas À Mortalidade Materno E Infantil: Uma Revisão Integrativa

Abstract

Introdução: A mortalidade materna e infantil reflete a situação sanitária e a qualidade da assistência à saúde. As taxas de mortalidade no Brasil apresentam diferenças entre as regiões geográficas e são superiores às de outros países em desenvolvimento. Objetivo: Compreender variáveis associadas à mortalidade materna e infantil. Materiais e Métodos: Revisão integrativa, consultadas as bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online e Banco de Dados em Enfermagem. Considerados artigos publicados entre 1999-2018, cenário Brasil e idioma português, selecionados por dois pesquisadores calibrados com nível de concordância Kappa substancial. As variáveis associadas significativamente às mortalidades foram aproximadas às camadas do modelo dos Determinantes Sociais de Saúde. Resultados: Identificou-se 522 artigos e selecionados 74. Por camada, destacaram-se as variáveis: características individuais - peso ao nascer e idade materna; estilo de vida - tabagismo na gestação; influências sociais - estado civil materno; condições de vida e trabalho - assistência pré-natal e escolaridade materna; condições socioeconômicas e ambientais gerais - saneamento básico e renda. Conclusões: As variáveis mais encontradas foram peso ao nascer e idade materna, aproximadas à camada individual, de baixa governabilidade direta do gestor. Para mudanças nessa camada, as intervenções devem influenciar nas variáveis das camadas mais externas, das quais destacaram-se assistência pré-natal, escolaridade materna, renda e saneamento básico. Reforça-se a responsabilidade direta dos gestores na redução da mortalidade materna e infantil, por meio de ações que visem reduzir as iniquidades em saúde.

Características maternas de nascidos vivos no Acre: análise sociodemográfica e obstétrica entre 2015 e 2019

“…21 Pesquisas apontam que o número e o conteúdo inadequados de consultas pré-natal estão relacionados à baixa idade, renda, escolaridade e apoio durante a gravidez, além disso, consistem em fator de risco para a prematuridade, baixo peso ao nascer, complicações advindas do nascimento e óbito neonatal. 18,22 Dessa forma, apesar da melhoria e da ampliação na oferta de serviços de pré-natal nos últimos anos, ainda existem desafios e iniquidades a serem enfrentados, em especial, nos que diz respeito às características demográficas, socioeconômicas e geográficas da população, ratificando a premência de ações políticas, assistenciais e preventivas que reforcem as estratégias e procedimentos para promoção de desfechos materno-infantis favoráveis. 11,21 No cenário de assistência pré-natal, cabe destacar a expressiva atuação do enfermeiro, que realiza consulta de enfermagem, prescrição de medicamentos e exames segundo protocolos dos serviços de saúde, presta assistência à gestante, parturiente, puérpera e realiza educação em saúde, contribuindo para prevenir, detectar e controlar agravos, favorecendo a adesão ao pré-natal e estabelecendo uma relação de apoio e confiança que promove segurança e satisfação das mulheres com o cuidado ofertado.…”

Changes in the Infant Mortality Rate in Twin Towns of Brazil: An Ecological Study

“…Brazil, despite showing a significant decline, with (13.4 per thousand LB in 2018) [ 6 ] still has higher rates than several Latin American countries such as Argentina, Uruguay and Chile, which have IMRs of less than five deaths per thousand LB. In relation to developed countries, this difference is even more significant in France, Germany, Israel, Italy, Portugal and Japan, the IMRs have only four deaths per thousand LB [ 7 ].…”

Políticas Públicas Baseadas em Evidências: um Sistema para Análise da Mortalidade Infantil em Pernambuco

“…Um dos principais indicadores utilizados como base para a mensuração da situação sanitária de uma região e para o planejamento de políticas públicas (PP) de saúde é a taxa de mortalidade infantil (TMI) [Martins 2020], e diversas políticas são criadas para reduzir essa taxa, como a "Rede Cegonha" e o programa "Mãe Coruja Pernambucana" [Lima 2020] em Pernambuco. Nesse sentido, os tribunais de contas têm iniciado um papel fundamental no controle externo das PP [Cunda 2011] [Macedo 2023], sendo de interesse do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) também atuar nesse sentido.…”