Validação do instrumento "Acompanhamento Psicanalítico de Crianças em Escolas, Grupos e Instituições" (APEGI)

Abstract

No presente artigo, apresentam-se os resultados preliminares de uma pesquisa para a validação do instrumento APEGI – Acompanhamento Psicanalítico de Crianças em Escolas, Grupos e Instituições. Construído com base na teoria psicanalítica, o APEGI busca proceder a uma leitura psicanalítica do processo de constituição subjetiva articulado ao desenvolvimento da criança, considerando ainda a relação da criança com seus pares a partir da noção de função do semelhante. O APEGI foi aplicado a uma amostra de 60 crianças entre 4 e 6 anos de idade. Os primeiros resultados mostram um bom índice de precisão ou confiabilidade do instrumento, além de apontarem que o instrumento vai em direção ao esperado para sua validação.

Aprendizagem terapêutica para crianças com autismo

“…O adulto cuidador também oferece um lugar para o bebê ao desejar por ele e ao desejá-lo. (Kupfer, Pesaro & Bernardino, 2018a) Lacan (1960,1998) compreende que a estruturação inconsciente se dá através de uma cadeia de significantes, que produz um saber sobre o sujeito e onde ele está localizado, sugerindo a noção de sujeito barrado ($). Aborda que o sujeito jamais poderá advir a não ser pela articulação significante.…”

“…Será apresentado um caso clínico de uma criança com autismo tratada no Lugar de Vida, cujas avaliações são acompanhadas pelos eixos norteadores do instrumento de Acompanhamento Psicanalítico de Crianças em Escolas, Grupos e Instituições -APEGI (Kupfer et al, 2018a) que norteia e acompanha cada avaliação e cada caso do Lugar de Vida, e a partir das quais são realizadas diferentes propostas clínicas referentes às crianças ou adolescentes atendidos na instituição.…”

“…É esperado, que no brincar da criança a partir dos 4 anos, ela consiga fazer uso de sua imaginação e possa criar roteiros, armação de cenas com objetos, ao passo que possa ir criando uma variedade de temas, histórias e flexibilização psíquica que denotam um aumento da representação simbólica, chegando a diferenciar fantasia da realidade (Kupfer et al, 2018a).…”

“…Sobre as manifestações diante das normas e leis a serem constituídas psiquicamente, "a Lei do Pai é um conjunto de chaves de significações ou eixos ordenadores capazes de orientar o trânsito da criança por essa rede de linguagem e de significações dadas pela cultura e pelo desejo dos outros" (Kupfer et al, 2018a).…”

“…Ou seja, na primeira infância não há como separar o que é da ordem neurológica, motora, maturacional e psíquica. Assim, é importante atentar-se para sinais de alerta no desenvolvimento, englobando estes diversos visando intervenções a tempo de se evitar defesas maciças que prejudiquem a instauração das operações fundamentais para o advento da estruturação no campo simbólico (Kupfer et al, 2018a).…”