RESUMO OBJETIVOS.Comparar aspiração manual intra-uterina (AMIU) com curetagem uterina (D&C) em abortamentos no primeiro trimestre no que se refere a eficiência para eliminar restos ovulares do método de aspiração manual intra-uterina com a dilatação e curetagem, ocorrência de complicações (perfuração uterina, laceração cervical, hemorragia pós-tratamento), tempo duração dos procedimentos e tempo de internação das pacientes. MÉTODOS. Cinqüenta pacientes no grupo AMIU e 50 pacientes no grupo D&C foram incluídas prospectivamente de maneira aleatória. Critérios de inclusão: abortamento espontâneo, idade gestacional de até 13 semanas, colo pérvio, espessura endometrial maior que 15 mm, estado afebril, hemoglobina superior a 10 g/dl. Amostras sangüíneas foram colhidas antes e após os procedimentos cirúrgicos para controle dos níveis de hemoglobina; anestesia foi realizada em todos os casos. O tempo para realização de cada procedimento cirúrgico foi cronometrado. RESULTADOS. Os grupos eram semelhantes quanto à idade gestacional (9,93±2,40; 9,73±2,58, p 0,71), espessura endometrial antes da cirurgia (22,14±4,80; 22,68±5,68, p 0,65). Não foram observadas complicações cirúrgicas ou anestésicas em nenhum grupo. Os tempos de realização do procedimento e internação foram significativamente menores nas pacientes do grupo AMIU (3,71; 10,18 min, p < 0,001) (14,18; 23,06 h, p 0,03). O decréscimo nos níveis de hemoglobina após o procedimento cirúrgico foi maior no grupo D&C (p= 0,02). CONCLUSÃO. A AMIU possibilita menor perda sangüínea, requer menor tempo de realização do procedimento e menor tempo de internação hospitalar. Entretanto, ambos os procedimentos cirúrgicos mostraram-se eficientes para o tratamento de abortamentos incompletos no primeiro trimestre da gestação, não havendo complicações após a realização dos tratamentos.UNITERMOS: Abortamento. Curetagem uterina. Aspiração manual intra-uterina. Primeiro trimestre da gestação. TRA TRA TRA TRAT T T T TAMENT AMENT
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INTRODUÇÃOO abortamento é uma das intercorrências mais freqüentes da gestação e, por isso, é considerado importante problema de saúde pública, com conseqüências políticas, econômicas e sociais 1,2,3 . Estimase que ocorram mais de 20 milhões de abortamentos ilegais todos os anos, o que colabora sobremaneira para a morbi-mortalidade materna, principalmente em países em desenvolvimento 2-7 . Nesse sentido, no Brasil, onde o abortamento legal apresenta indicações muito restritas, acredita-se que o abortamento ilegal é subnotificado e, mesmo assim, alcança números de até 1,5 milhão desses procedimentos por ano 3 . Isso repercute sobre o ônus gerado ao Estado, porque o tratamento do abortamento incompleto, provocado ou espontâneo, acaba sendo responsável pela utilização de parte substancial de recursos do sistema público de saúde em países da América Latina 4 .Esses fatos são demonstrados pelas estatísticas de hospitais da rede pública, as quais apontam que as complicações por abortamento incompleto representam uma das quatro principais causas de internação hospi...