Urgência e descontinuidade do cuidado em saúde bucal de crianças e adolescentes

Abstract

Resumo Este trabalho estudou a descontinuidade do cuidado (DC) em saúde bucal entre crianças e adolescentes que acessaram os serviços de urgência nas unidades básicas de saúde (UBS) e de pronto atendimento (UPA). Foram avaliados prontuários de indivíduos de 0 a 17 anos vinculados ao Sistema Único de Saúde de Curitiba. Considerou-se DC quando não houve o registro de consulta eletiva na UBS nos 6 meses subsequentes ao atendimento de urgência. A amostra foi estratificada pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da Unidade de Desenvolvimento Humano em que o paciente residia em ≤0,799 ou ≥0,800. A associação entre DC e demais covariáveis foi analisada através de regressão de Poisson com variância robusta uni e multivariada (α=0,05). A incidência de DC foi de 42,2%. No estrato de IDHM≤0,799, o risco de DC foi maior para as crianças com menos de 5 anos de idade e aqueles que não visitaram o dentista no último ano. Nos dois estratos, o risco de DC foi maior para aquelas que utilizaram a UPA para o atendimento de urgência quando comparadas com as que receberam atendimento na UBS. A DC em saúde bucal apresentou alta incidência, sendo que entre os residentes em regiões com menor IDHM, sofreu uma maior influência das características de uso dos serviços.

Acesso e resolutividade na atenção em saúde bucal na primeira infância: uma revisão integrativa da literatura

“…Os estudos que avaliaram acesso de crianças em idade pré-escolar a serviços odontológicos demonstram, em geral, baixo percentual de uso por esses usuários [16][17][18] . Variáveis relacionadas à organização dos serviços podem facilitar o acesso a tratamento, como a presença da ESB na ESF, estratégias de busca ativa, a inclusão da saúde bucal nas ações programáticas de saúde infantil e adequada comunicação entre os pontos de atenção 19,22,24,25 . De maneira semelhante, a organização dos serviços pode influenciar na resolutividade do atendimento odontológico infantil na atenção primária, de maneira que a presença da ESB na ESF apresenta-se como fator positivo 23 .…”

“…Os autores destacam que o declínio da cárie dentária ocorreu de maneira desigual no país, com maior concentração de doença em comunidades de baixa renda, que têm dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Visto que alguns estudos sugerem dificuldades no atendimento odontológico na primeira infância [25][26][27] , a presença do Odontopediatra no CEO poderia ser benéfica no sentido de realizar procedimentos que exijam tecnologias mais duras, como endodontia em dentes decíduos e tratamento reabilitador em crianças com alta experiência de cárie, e tecnologias leve-duras, como clínica geral em crianças com comportamento de difícil gestão. Além disso, o Odontopediatra inserido na RAS pode auxiliar em atividades de educação permanente dos demais profissionais.…”

“…Além de proporcionar acesso e resolutividade [22][23][24] , o atendimento odontológico pela ESB nas unidades básicas de saúde traz benefício ao aspecto de continuidade do cuidado. Pereira et al 25 avaliaram a continuidade do cuidado de crianças e adolescentes que receberam atendimento de urgência odontológica na rede pública do município de Curitiba (PR). Os autores consideraram descontinuidade como a ausência de registro de atendimento eletivo nos seis meses seguintes ao atendimento de urgência.…”

Therapeutic itineraries of children with the early loss of primary teeth: A qualitative phenomenological study

“…Actions focusing on health promotion beyond the treatment of oral diseases should be valued in Primary Health Care and integrated into the health care network in the country. These actions might include the family context in the care process from the child's first years of life (Comassetto et al, 2019;Pereira, 2020).…”