Unpacking “Gender Ideology” and the Global Right’s Antigender Countermovement

The Nordic Paradox and intimate partner violence against women (IPVAW) in Sweden: A background overview

“…On a more overarching level, an increasing backlash against gender equality and work towards the rights of women and LGBTI persons in the EU (Corredor, ; EU, ; FRA, ) and globally (Giugni, ; Goldscheid, ; Halperin‐Kaddari & Freeman, ; Lederer, ; UN, ), has repeatedly been observed. The main areas of this backlash include policy fields such as preventing and addressing IPVAW (EU, ; Halperin‐Kaddari & Freeman, ), as well as civil society activism, particularly for women, in countries including Sweden (Kvinna till Kvinna, ).…”

“…This concept of gender ideology is used to present gender equality movements as offensive to family life, religion, biology (EU, 2018;FRA, 2017;Giugni, 2019) and the 'natural order' (EPF, 2018), and has been traced to resistance against gains made by women's and LGBTI groups through the UN World Conference in the early 1990s (Corredor, 2019) and through the Istanbul Convention (EU, 2018). More or less loosely organised (EPF, 2018;Flood et al, 2018;Graff et al, 2019), the promotion of the gender ideology concept can been seen as a strategic countermovement, indeed a backlash, to feminism (Corredor, 2019). In the context of IPVAW, it has been linked to arguments that women perpetuate IPV at the same rate and severity as men (gender symmetry) (Dragiewics, 2011;FRA, 2017), to gender-neutral domestic law (Halperin-Kaddari & Freeman, 2016), to the promotion of shared custody of children in cases where the man has committed IPVAW (EU, 2018;Halperin-Kaddari & Freeman, 2016), and to new forms of online violence and misogynic hate speech (EU, 2018).…”

A Evolução da “Diversidade Sexual” no Currículo Escolar Português: da revolução dos cravos ao neoconservadorismo

“…Ainda que pareça recente o seu uso, pode-se situar a emergência do conceito, como defendem vários/as autores/as (cf. Butler, 2004;Corredor, 2019;Junqueira, 2018;Ména-Lopez & Aristizábal, 2018;Miskolci e Campana, 2017), já na década de 90, no contexto de contrarrespostas estrategicamente elaboradas pelos setores mais conservadores do Vaticano e da Igreja Católica, aos documentos elaborados e divulgados no âmbito da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento no Cairo, Egito, em 1994, e na IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz, realizada em Pequim, no ano seguinte, ambas promovidas pelas Nações Unidas. A primeira pronunciação sobre aquilo que se convencionalizou chamar "ideologia de género", sem uma definição operacional, foi feita pelo papa João Paulo II (1975-20) e, posteriormente, pelo papa Benedito XVI (2005-2013), sem esquecer o papa Francisco (2013), que afirmam que a "ideologia de género", ao negligenciar as diferenças sexuais e a complementaridade entre sexos, destrói a base antropológica da família e, por extensão, representa uma ameaça à humanidade, Nesses documentos, de alcance global, reconhecia-se as desigualdades sistemáticas das mulheres no mundo inteiro e, como lembrança nevrálgica dessa desigualdade, proponha-se usar a categoria "género" como um substituto para "sexo", o que acabou por gerar o desagrado do Vaticano.…”

“…Contudo, à medida que os direitos dos homossexuais se tornam mais visíveis e adquirem uma dimensão inevitavelmente política, também os seus adversários se tornam mais ativos, constituindo, inclusive, contramovimentos (Corredor, 2019), como numa espécie de "zigzag" (Foucault, 2011). Isto é particularmente relevante nas questões transgénero, das crianças e da escola (Cardoso, 2018;Santos, 2018).…”

“…Uma das tendências mais recentes da pesquisa educacional sobre o que se convencionalizou chamar de "género" e "sexualidade", tem passado por re-situar e interseccionalizar os debates sobre a (não-)integração dos temas, inerentemente diversos e multidimensionais, da "igualdade de género" e dos direitos de pessoas gays, lésbicas, bissexual, transgénero e intersexo (LGBTI), no currículo escolar, com os novos desafios lançados às democracias, decorrentes do crescimento e afirmação global do (neo)conservadorismo no mundo (o que inclui o populismo, o conservadorismo religioso e a extrema-direita); analisar criticamente os seus impactos e efeitos nas conquistas e avanços realizados (e por realizar), e elaborar possíveis estratégias de enfrentamento necessárias para a restituição da ordem democrática, particularmente na parte ocidental do mundo. Pode-se perceber essa tendência, por exemplo, a partir de toda uma literatura contemporânea recente sobre "pânico moral/sexual" (Cardoso, 2018;Miskolci, 2007;Rubin, 2011) ou "ideologia de género" (Corredor, 2019;Junqueira, 2018;Miskolci e Campana, 2017), com os trabalhos dos países da América Latina a assumirem a dianteira da reflexão, problematização e debate, uma vez que, compreensivelmente, são também neles onde novas formas de retórica reacionária se tornam mais visíveis (Santos, Silva, Macedo e Menezes, 2019).…”