“…Já os trabalhos sobre psiquiatria produzidos no início do século XXI concentram-se na abordagem das práticas psiquiátricas de fins do século XIX e da primeira metade do XX (Wadi, 2014) problematizando questões referentes: a) ao gênero e à sexualidade: Psiquiatria e feminilidade (Engel, 2000) e Sexualidades interditadas: loucura e gênero masculino (Engel, 2008); Experiências de vida, experiências de loucura: algumas histórias sobre mulheres internas no Hospício São Pedro (Porto Alegre, RS, 1884-1923 (Wadi, 2006); O corte da sexualidade: o ponto de viragem da psiquiatria brasileira no século XIX (Beluche, 2006); b) às relações entre religiosidade e psiquiatria: Uma fábrica de loucos: psiquiatria x espiritismo no Brasil (1900Brasil ( -1950 (Almeida, A., 2007); De médicos e médiuns: medicina, espiritismo e loucura no Brasil da primeira metade do século XX (Jabert, 2008); c) às instituições asilares espalhadas pelo interior do país e às experiências de seus internos em Formas de administração da loucura na Primeira República (Jabert, 2005), Palácio para guardar doidos (Wadi, 2002) e em Diálogos da alma: uma outra história de loucura (Azevedo, 2006); d) às inter-relações entre psiquiatria e direito penal na constituição das noções de periculosidade e de imputabilidade nos Códigos Penais de 1890 e de 1940 em Heranças perigosas: arqueogenealogia da periculosidade na legislação penal brasileira (Almeida, F., 2005). Em suma, os trabalhos dos primeiros anos do século XXI analisam, sobretudo, a psiquiatria da primeira metade do XIX em suas práticas extramanicomiais (nas relações com as questões da sexualidade, da religiosidade e das legislações penais) e nas singularidades (de gênero e regionais) dessas experiências asilares.…”