Um enfoque ergonômico sobre a metodologia de design de interfaces digitais para dispositivos móveis

Abstract

Um enfoque ergonômico sobre a metodologia de design de interfaces digitais para dispositivos móveis Resumo: Esse artigo descreve as metodologias de projeto para sistemas interativos mais utilizadas hoje e questiona se a premência competitiva do mercado pode trazer obstáculos para a consideração do Design Centrado no Usuário no desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, uma vez que os desenvolvedores precisam entregar cada vez mais rápido seus produtos, ainda que submetidos a restrições orçamentárias, cronogramas limitados, características específicas de cada aplicativo, e ainda devem ouvir o usuário.

A Abordagem Ágil E a Experiência Do Usuário

“…Gothelf (2013) considera que perder muitas horas de entrevista (pesquisa de campo) antes de fazer pesquisas para validar as "crenças" da equipe seja desperdício e prega que as personas sejam desenvolvidas pela equipe reunida, onde prováveis usuários ilustram quem é o usuário real do produto e quais razões o levam a utilizá-lo. Chammas et al (2013) colocam que a metodologia não aponta o momento preciso da participação do usuário na etapa projetual, embora tenha por premissa que ele deva ser onipresente nela.…”

“…A ISO 9241-210/2010 define a experiência do usuário (UX) como as percepções e respostas de um usuário resultantes do uso ou do uso antecipado de um produto, sistema ou serviço e lista três fatores que influenciam a UX: o sistema, o usuário e o contexto de uso. Para a definição dos requisitos é fortemente recomendada a iteração da análise contextual dos usuários reais do produto e não há como fazer isso sem ouvir a voz do usuário (Chammas et al, 2013). Diferente do discurso que fundamenta a UX, a abordagem Ágil e as suas variações aqui expostas, substituem o usuário real do produto por membros da equipe.…”

“…O que se pode concluir com o estudo é que processos e ferramentas são, em tese, priorizados em relação aos usuários, tal qual a cartilha criada pela Aliança Ágil permite entender. A metodologia Ágil (Hartson e Pyla, 2012) está em plena sintonia com o mercado, pois tem a entrega por prioridade e personifica o usuário através de representantes deles (Chammas et al, 2013), mas a previsão e entrega do produto são prioritárias ante à experiência do usuário. Por exemplo, a Lean UX (Gothelf, 2013), mais próxima da UX dentre as estudadas, se preocupa com a inserção do usuário em busca de minimizar o risco de fracasso, mas se adequa às limitações de tempo e recursos impostas pelos responsáveis, e elimina tudo que possa se antepor ao andamento do projeto -inclusive a participação do usuário (Chammas et al, 2013).…”

“…Alterações no projeto podem ser feitas, desde que por consenso. O backlog do produto é o repositório das histórias dos usuários, de quais tarefas serão necessárias para satisfazê-las e dos demais requisitos do projeto.ConformeChammas et al (2013), no Scrum são feitas reuniões diárias de 15m (daily standup) para compartilhar o que foi feito no dia anterior e decidir o que deve ser feito no mesmo dia. Essa comunicação é vital para o processo, e a ideia é facilitar ao máximo a comunicação efetiva entre os membros da equipe em nome do andamento produtivo do projeto.…”

“…Em termos gerais, o profissional de UX da equipe (quando existe) tem pouco tempo para trabalhar no material antes que ele seja codificado. As maiores chances de sucesso estão baseadas na cultura, na dinâmica da equipe e do projeto e no quão essa equipe está preparada para os ciclos iterativos que envolvem essa abordagem(Chammas et al, 2013).Os autores Hartson e Pyla(2012)apontam que os métodos ágeis de desenvolvimento de softwares normalmente são caracterizados por optarem pela informalidade, para que o feedback seja contínuo. Entretanto os autores colocam que, durante esta etapa, a literatura sobre a engenharia de software não menciona praticamente nada sobre design e que a usabilidade não é definida e nem sequer considerada.…”