ResumoO estudo prospectivo foi realizado com teste tuberculínico de Mantoux em 371 crianças eutróficas que haviam sido vacinadas com BCG no primeiro mês de vida, e realizada a leitura entre 48 e 72 horas após a aplicação.Não houve diferença significante (x 2 = 2,174 p>0,05) de resposta ao teste tuberculíneo entre as 59 crianças sem vacina BCG (grupo de controle) e as 180 crianças vacinadas, considerando-se as menores de 6 anos.Quando a avaliação foi feita por faixa etária, verificou-se que aos 2 anos de idade apenas 36,36% das crianças vacinadas foram reatoras.
J. Pediatr. (Rio
AbstractThis prospective trial was realized in 371 children previously vaccinated with BCG in the first month of life in whom the Mantoux tuberculin test was done and read 48-72 hours afterwards. Among 371 BCG-vaccinated children, 106 (28,57%) were Mantoux reactive, 10 of whom with clinical tuberculosis.There was no statistically significant difference in the tuberculin test between the control group (59 non-BCG-vaccinated children) and 180 vaccinated children, considering those under 6 years old.When we compared by age, we verified that just 36,36% of the children at the age 2 reacted positively to PPD.
J. Pediatr. (Rio). 1994; 70(2):91-94: tuberculosis, Mantoux test, BCG.Emanuel S. C. Sarinho, Antônio S. Aguiar Filho, Almerinda M. R. Silva Introdução A tuberculose continua sendo um grave problema de saúde pública. Anualmente, aparecem 4 milhões de novos casos de bacilíferos no mundo e 2 a 3 milhões de pacientes existentes evoluem para o óbito 1 . Na Holanda o risco de infecção diminuiu 14% anualmente entre 1958 e 1965, enquanto que em Uganda, no mesmo período, essa diminuição foi de apenas 1,4%. Em 5 anos a tuberculose deixou de ser problema de saúde pública na Holanda, ao passo que em Uganda, se persistir com este decréscimo anual, a doença só será erradicada após meio século 1 .A tuberculose se comporta de maneira diferente em países pobres e ricos. Entre as inúmeras características do subdesenvolvimento, podem-se citar algumas relacionadas à doença, tais como menor diminuição dos coeficientes de mortalidade apesar de quimioterapia eficaz, pico representativo da curva de mortalidade em faixa etária mais jovem, primeira exposição ao bacilo de Koch em idade precoce, elevada prevalência, além de maior falha de diagnóstico e abandono de tratamento 1,2 .Estima-se que a prevalência de casos de tuberculose ativa no Brasil alcance 120.000 doentes, e que, atualmente, descobrem-se apenas 75% dos casos esperados da doença, dos quais apenas 80% são curados 3 .As crianças são mais vulneráveis e apresentam maior probabilidade de adquirir formas graves, como a miliar e a meningoencefalia, tendo maior risco de seqüelas e êxito letal. Infelizmente, como contraponto, na infância, a tuberculose freqüentemente é paucibacilar e, por conta disso, a bacterioscopia e a cultura do espécimen obtido geralmente são negativas. Em decorrência desse fato, um método adicional de grande valor, por fornecer subsídios para o reconhecimento de tuberculose-infecção, é o...