“…O adequado controle esfincteriano é uma das maiores competências adquiridas na primeira infância (prevista até três anos), possibilitando ao indivíduo maior autonomia, convívio social, autoestima e discriminação interoceptiva (Papalia & Olds, 2000), sendo tais comportamentos derivados de aprendizagens operantes principalmente no contexto cultural e familiar, não se restringindo, portanto, a respostas orgânicas inatas (Ayllon, Simon, & Wildman, 1975;Mota, Barros, Matijasevich, & Santos, 2010). Entretanto, diversas variáveis ambientais e fisiológicas podem interferir na aquisição dessa habilidade, o que acarreta prejuízos no desenvolvimento, desde déficits comportamentais até doenças relacionadas à excreção e à defecação (Coelho, 2008;Miranda & Machado, 2011). Nesse processo, quando não é identificada pela análise médica qualquer doença associada ou causa orgânica que determine a dificuldade de eliminação, diagnostica-se tal quadro como transtorno de excreção (American Psychiatric Association, 1994), com destaque para a incontinência fecal, também denominada encoprese -termos admitidos como equivalentes por Ingberman (2000) devido à inexistência de concordância conceitual entre os estudiosos da área -que se expressa predominantemente na infância, embora possa atingir etapas posteriores, como a adolescência (Joinson, Heron, Butler, & von Gontard, 2006;Pinheiro & Moreno, 1983).…”