O presente estudo teve por objetivo avaliar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas da Atenção Básica de Montes Claros-MG sobre o traumatismo dentário (TD), além de verificar os fatores que interferem no diagnóstico e conduta dos profissionais avaliados. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo. O público-alvo da pesquisa foram cirurgiões-dentistas vinculados às equipes de Saúde da Família, totalizando 134 profissionais. Foram excluídos os profissionais que, à época da coleta, encontravam-se afastados de suas atividades por motivos de férias ou atestados médicos. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário já validado e adaptado para a plataforma do Google Forms. Os dados obtidos foram exportados para uma planilha do programa Microsoft Excel pela pesquisadora principal e analisados estatisticamente. Na primeira etapa, a amostra foi submetida à análise descritiva e inferencial. Na segunda etapa, foi utilizado o teste qui-quadrado (X²) de Pearson, com nível de significância p<0,05. As respostas do questionário foram dicotomizadas em adequadas ou inadequadas, e comparadas com o tempo de formação dos profissionais, de modo a verificar a correlação entre as variáveis. De um total de 16 perguntas foi verificada diferença estatística em apenas 3, de tal forma que em duas delas o maior número de respostas inadequadas se deu por parte dos profissionais com menos de 10 anos de formado. Foi encontrada diferença estatística quanto ao tempo de formado e a solução de armazenamento recomendada nos casos de fragmentos fraturados, de maneira que houve uma maior quantidade de respostas adequadas pelos profissionais com menor tempo de formação. Para a conduta após avulsão com mais de duas horas transcorridas, os profissionais com tempo de formação de até 10 anos tiveram a maior quantidade de respostas inadequadas e quanto aos procedimentos para se obter um bom resultado no atendimento aos pacientes com TD, a maioria dos entrevistados respondeu adequadamente, embora os profissionais com menor tempo estão mais relacionados à resposta inadequada. Fica evidente que a maioria dos profissionais respondeu às perguntas de maneira adequada e se considera capaz de tratar todos os casos de TD, no entanto, avalia como insuficientes as noções acerca da temática. Além disso, o tempo de formação profissional parece não interferir no nível de conhecimento. Sendo assim, é importante proporcionar aos profissionais capacitações e protocolos assertivos para o manejo do TD, aumentando a segurança durante os atendimentos e garantir aos pacientes tratamentos adequados, melhorando o seu prognóstico.