O transplante multivisceral é a única maneira de restabelecer a nutrição pelo trato digestivo de pacientes que sofrem de falência intestinal ou que apresentem absorção inadequada de macro e micronutrientes. A maioria desses transplantes ocorre na população pediátrica, causada principalmente pela síndrome do intestino curto, que incapacita o intestino da criança de secretar fluidos e absorver nutrição e energia eficiente. A realidade dos pacientes brasileiros que apresentam essa injúria é muito dura, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada não oferecem o transplante multivisceral pela falta de profissionais que dominem a técnica deste procedimento. O estudo fez o uso de publicações científicas datadas entre 2015 e 2021 presentes nas bases de dados SciElo, PubMed, Up To Date, Medical News Today, Google Scholar, New England Journal of Medicine e ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) em português e inglês abordando o tema “Transplante Multivisceral”. Foram excluídos desta revisão projetos de pesquisa, livros, relatos de caso e editoriais. A partir da análise das literaturas encontradas, verificou-se que embora a rejeição ainda seja bastante frequente, diversos avanços permitiram a aplicação clínica do transplante multivisceral, como o surgimento de novas drogas imunossupressoras, indutoras, anticorpos antilinfocíticosmono e policlonais. Conclui-se portanto que, incialmente esse tipo de transplante não apresentou resultados satisfatórios, mas com o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas e controle de infecções, o transplante multivisceral aparenta ser bastante promissor.