Translating for the Theatre: The Case Against Performability

Abstract

Languages and Cultures in Translation TheoriesVolume 4, numéro 1, 1st semester 1991 URI : id.erudit.org/iderudit/037084ar

Sobre a tradução do drama: reflexões teóricas para o projeto de tradução de Widowers’ Houses de George Bernard Shaw

“…Esta idéia amplamente difundida nos estudos semióticos do Drama (a exemplo de Tadeusz Kowzan, 1975 e Anne Ubersfeld, 1977) e que foi assumida por diversos diretores, dramaturgos e atores em suas produções, não parece servir, segundo Bassnett (1991), com o mesmo êxito às traduções entre línguas. A maior crítica recai principalmente sobre a noção de um suposto 'texto gestual' submerso em um 'texto escrito'.…”

“…Common sense should tell us that this cannot be taken seriously11 (BASSNETT, 1991, p. 100). Bassnett (1991) afirma ser a tarefa do tradutor de textos dramáticos algo 'sobre-humano', porque ele parte de um texto considerado incompleto de antemão por sua própria estrutura, que guarda uma série de signos submersos, para uma recriação numa outra língua, a qual resulta em um texto também incompleto com a sua série de signos submersos. Assim, apesar de proclamar toda a importância da 'dialética texto-encenação', a autora parece desautorizar a performabilidade como base para uma estratégia e/ou finalidade de tradução, porque esse conceito surge exatamente da tentativa 9 Entrevista concedida a mim por email em setembro de 2008.…”

“…(BASSNETT, 1991, p. 102) Contudo, segundo ela, o conceito tem sido utilizado para diversos fins, como por exemplo, para uma insistente definição imprecisa do termo que tenta descrever o indescritível: um texto submerso dentro de outro; para uma discussão superficial sobre a busca de uma fluência na tradução dos diálogos, e, até mesmo como uma justificativa para operar as modificações no texto alvo (adições e cortes no texto) por parte de diretores, tradutores e afins. Bassnett (1991) …”

“…Em primeiro lugar, é importante destacar uma observação feita por Bassnett (1991) de que o Naturalismo foi um movimento literário contemporâneo do conceito de performabilidade, que surgiu nos Estudos do Drama no início do século XX, período que coincide com a popularização do Drama Naturalista, tornando esse movimento o principal instrumento de sua aplicação.…”

“…As estratégias apresentadas sugerem algumas possibilidades de tradução, e é por meio delas que surge o conceito de performabilidade. Nesse ponto, destaco um dos trabalhos da autora Susan Bassnett (1991), em que ela defende que o texto teatral traduzido deve ser considerado uma obra completa, apesar de sua inegável incompletude, e que suprir o texto teatral daquilo que lhe falta não é tarefa do tradutor. Uma possível saída para esse impasse se encontra na tradução cooperativa, que surge como um exemplo ideal, porque permite ao tradutor compartilhar com uma equipe de montagem a responsabilidade sobre as mudanças e adaptações operadas no texto em favor da proposta de um determinado espetáculo.…”