A compreensão deste artigo se propõe a expandir as possíveis configurações acerca da região da Chapada Diamantina, como espaço de discursos e contendas, retratados na literatura de cordel, intitulada Horácio de Matos, herói da Chapada Diamantina, do autor Antonio Alves da Silva (2005). Considera como essas relações de poder e espaços regionais forjaram a imagem do "cabra valente", e do "coronel", no coração do estado da Bahia, na Chapada Diamantina, nos primórdios do século XX.Para discutir o processo que retroalimentou o imaginário da microrregião, buscaremos apoio na obra A Invenção do Nordeste e outras artes (2011), escrita pelo professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior, acerca da representação da região nordestina, constituída como um dos principais momentos de recusa da modernidade do país, cuja discussão versa sobre os conteúdos e modalidades das bases culturais e sociais que levaram ao surgimento da região nos primeiros anos do século XX, em substituição a antiga divisão regional do país entre Norte e Sul.Trata-se de um estudo sobre a temática do preconceito em relação às pessoas de lugares "acima" do Sul e Sudeste e que eram classificadas como "nortistas", e cujo intuito é aprofundar a construção discursiva e cultural em torno da figura do homem do nordeste e suas relações de poder, representados na literatura de cordel, ainda dos dias atuais, a saber: "cabra macho",