Trans (Formar) O Nome: Alguns Efeitos Do Nome Social E Da Alteração Do Nome Civil Na Vida De Sujeitos Trans

Abstract

O artigo tem como objetivo investigar tanto os sentidos do nome social e do nome civil na vida de sujeitos transgêneros quanto alguns efeitos produzidos em suas vidas após a decisão judicial que alterou seus nomes e gêneros nos documentos oficiais. Nesse sentido, analisamos narrativas de quatro homens trans ao longo de entrevistas individualizadas e de um grupo focal, utilizando-se a metodologia da investigação narrativa. A partir das análises, pôde-se concluir que o ingresso no judiciário representou uma medida necessária para que pudessem garantir o exercício de alguns aspectos da cidadania que até então lhes eram negados. Além disso, evidenciou-se que, desde a sentença judicial, estes sujeitos passaram a atribuir ao Estado uma fonte de legitimidade e de reconhecimento sobre as suas identidades de gênero.

Travestis em contextos educacionais: Tensões e resistências vivenciadas por travestis na cidade de Natal, Brasil

“…É preciso pensar a inserção e permanência das travestis no ambiente educacional a partir do conceito de agenciamento, pois, assim como defende Fuganti (2009), esta noção remete ao modo concreto de produção da realidade, em qualquer dimensão, material ou imaterial, e não a uma verdade que representaria o real; para o autor, o agenciamento é, antes de tudo, um acontecimento multidimensional, que pode estar a serviço de uma educação 2179-1309 -Ano 39 -N. 121 -2024 -e13937 negativaútil para normatizar pessoasou de uma educação positiva, que investe na potencialidade do ser. Assim, é possível pensar como os demais atores educacionais se relacionam com as travestis, se buscam potencializá-las ou, simplesmente, estigmatizá-las.…”

Inclusão ou ilusão da identidade de gênero no país com o maior número de assassinatos de transgêneros: um ensaio crítico brasileiro

“…Em outras palavras, o corpo se torna "habilitado" para navegar no mundo e, em conjunto com outros marcadores, ser reconhecido como homem ou mulher. [24][25][26] Nesse contexto, o mundo se conformou com a cultura que atribui nomes (seja social ou civil) que devem estar alinhados com o que é observado nas pessoas e, consequentemente, esperado para os corpos. Portanto, o nome serve como mais uma forma de tornar um corpo inteligível para a sociedade.…”

“…20 Por outro lado, no caso específico de pessoas trans, é importante refletir que, de forma alarmante, a prática do respeito ao nomeá-las não é tão natural como nos corpos cisgêneros, mesmo quando os corpos exibem as características "femininas" ou "masculinas" que a sociedade espera. 25,26 Desrespeitar o nome de uma pessoa trans invalida sua identidade social (re)construída ao longo de sua história. 26 Dessa forma, essa prática deve ser considerada um questionamento da verdade de seus corpos e do reconhecimento de sua existência como mulher, homem, ou pessoa não-binária.…”

“Passing” and its effects on Brazilian transgender people's sense of belonging to society: A theoretical study

“…We can add to the list formulated by Duque (2013), other critical passing aspects such as enacting (Weinauer, 1996) and social name (Hatje, Ribeiro & Magalhães, 2019).…”

“…There are trans men's stories proving that, once they had been recognized and accepted as men by their peers, they began to be much more respected and included in male dynamics and sexist jokes, as you can see in Lucas' testimony (Hatje, Ribeiro & Magalhães, 2019):

Lucas: […] one thing I noticed with friends in general, and it is so crazy because people are treating me more like a man, let's say, how they act, it's more in the sexist sphere. It is this thing, let's put it this way, they're not treating me like a chick anymore.

…”