2020
DOI: 10.17648/dilemas.v13n3.31676
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'Todo ladrão vai trabalhar com a sua mente': O uso da força e de armas nos assaltos em Belo Horizonte, Minas Gerais

Abstract: Este artigo analisa os fatores associados ao uso da força e de armas no cometimento de roubos e como essas questões são interpretadas pelos assaltantes. Tem como fonte de dados 40 entrevistas em profundidade com autores de roubos, bem como registros oficiais de ocorrências dessa modalidade criminal em Belo Horizonte, Minas Gerais. O estudo indica que, além da personalidade, o tipo e o grau de violência empreendidos durante os assaltos estão associados ao contexto ou à forma como a vítima reage ao roubo, à matu… Show more

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“…Concentremo-nos na ideia de que são pessoas a deterem e a mobilizarem essas diferentes versões da força mediada por diferentes actantes e em intensidades variantes -colocando, por ora, entre parêntesis os efeitos de um excesso histórico de seu uso por representantes do Estado, sobretudo em relação a certas parcelas da população, seja em sua modalidade física seja nas simbólica ou semiótica. 14 Os PMs entrevistados parecem indicar um "custo" na contenção da força de que são responsáveis como agentes estatais, tanto pelos efeitos físicos e afetivos-emocionais imediatos quanto pelas ameaças daqueles que "deteriam" uma força desproporcional não legítima -somando-se ainda a uma "desmoralização" que seria reproduzida recorrentemente "na mídia" e nas estruturas militares, dimensão que não exploraremos aqui. E os PMs "que aguentam" o conseguiriam graças à "brutalização" e/ou à criação de uma "casca".…”
Section: O Policial Militar Como Forçaunclassified
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“…Concentremo-nos na ideia de que são pessoas a deterem e a mobilizarem essas diferentes versões da força mediada por diferentes actantes e em intensidades variantes -colocando, por ora, entre parêntesis os efeitos de um excesso histórico de seu uso por representantes do Estado, sobretudo em relação a certas parcelas da população, seja em sua modalidade física seja nas simbólica ou semiótica. 14 Os PMs entrevistados parecem indicar um "custo" na contenção da força de que são responsáveis como agentes estatais, tanto pelos efeitos físicos e afetivos-emocionais imediatos quanto pelas ameaças daqueles que "deteriam" uma força desproporcional não legítima -somando-se ainda a uma "desmoralização" que seria reproduzida recorrentemente "na mídia" e nas estruturas militares, dimensão que não exploraremos aqui. E os PMs "que aguentam" o conseguiriam graças à "brutalização" e/ou à criação de uma "casca".…”
Section: O Policial Militar Como Forçaunclassified
“…Tais narrativas revelam os mecanismos usados pelos agressores para suspender ou inverter a moralidade da culpa e tornar seus atos sabidamente ilegais em normais e justificáveis (Sykes; Matza, 1957; Grillo; Martins, 2020; Cozzi, 2014, p. 278-279). Frases como "Sempre roubei, mas nunca machuquei ninguém", "Meu objetivo é só o dinheiro", "No roubo você trabalha na mente da vítima" e "Atirei porque vi que o cara ia reagir", entre outras similares, compõem o mosaico de justificativas capaz de tornar o roubo um crime moralmente mais virtuoso ou mais legítimo aos olhos de seus autores (Caminhas, 2018).…”
Section: Ladrões Estratégias E Gerenciamentounclassified
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“…The headlines were collected from 2011 -when the Pacifying Police Units (UPPs) policy was introduced -until 2017, when the inter vention began. In both papers, we analyze ostentatious moralistic critiques of figures from both sides of the spectrum concerning this 'urban violence' (Werneck et al, 2021;Werneck, 2022b): on one hand, the grammar of crime (Rocha, 2020), especially the socalled bandidos ('bandits', criminals) -interpreted as actants making use of a disproportional degree of force (Werneck & Talone, 2019) and 'adrenaline' (Prado, 2020), especially in the form of traficantes ('drug traffickers': Werneck et al, 2021), ladrões ('thieves': Grillo & Martins, 2020;Caminhas & Beato, 2020) and milicianos ('militia members': Werneck, 2015b) -and, on the other, the grammar of the militar y police officers (Talone, 2020;Cubas, Alves & Oliveira, 2020;Luneke et. al., 2022).…”
Section: Final Considerationsmentioning
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