“…Este movimento trata a verdade de forma assimétrica, como se estivesse fora da dinâmica confusa da sociedade, enquanto localizando apenas desafios à verdade no mundo social; 4) Por último, "sugerindo que havia um passado preliminar no qual a verdade legitimamente precedia e guiava a política, o termo pós-verdade nega as conexões historicamente íntimas entre a construção de fatos e a ascensão da democracia moderna" (JASANOFF; SIMMET, 2017, p.752-753, grifos da autora), Democracia essa, que, segundo Hoffman (2018), tem tudo a ver com o advento da pós-verdade num momento de enérgica "demagogia". A "bagunça" atual aliada às notícias falsas, aos fatos alternativos e à dedicação da opinião pública em se distanciar de fatos objetivos em suas crenças e ações é a "culminação de mais de trinta décadas de uma campanha conservadora longa, muito bem financiada e altamente organizada", cujo objetivo é "promover um universo de fatos alternativos construídos por gabinetes estratégicos conservadores, lobistas, mídia e profissionais da ciência céticos, cujo objetivo tem sido o de criar desconfiança generalizada nas principais instituições" (HOFFMAN, 2018, p.448).…”