O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, a qual teve por objetivo avaliar os preditores genéticos de suscetibilidade a vasculopatia cerebral na doença falciforme. Foram selecionados 15 artigos em bases de dados, por meio de descritores em português e em inglês: anemia falciforme, genética médica, artérias cerebrais e doenças arteriais cerebrais, utilizando os operadores booleanos “AND” ou “OR”. A pesquisa ocorreu em dezembro de 2022. As evidências apontam que a vasculopatia cerebral é uma complicação potencialmente grave das principais síndromes falciformes em crianças com anemia falciforme, sendo a forma clínica mais severa e frequente. A associação de um perfil de risco genético hemolítico com história de acidente vascular cerebral enfatiza o papel hemolítico no processo fisiopatológico da vasculopatia cerebral. Mecanismos de como o aumento da hemólise pode levar a vasculopatia cerebral e acidente vascular cerebral incluem redução de biodisponibilidade de óxidos, levando ao aumento da resistência vascular e regulação positiva de moléculas de adesão vascular (por exemplo, VCAM1, E-selectina), anemia mais grave no cenário de comprometimento cerebrovascular capacidade de reserva, e maior ativação da coagulação. A relação entre genes e a vasculopatia na doença falciforme sugere novos alvos terapêuticos potenciais para intervenção. O espectro clínico variável da doença é consequência de múltiplos eventos e suscetibilidade genética que vai além da ocorrência de uma única substituição de aminoácido na cadeia beta globina da hemoglobina.