Esta resenha crítica analisa o longa-metragem “Eu, Daniel Blake”, lançado no ano de 2016 e estreado em janeiro de 2017 no Brasil. Sob direção de Ken Loach, o drama conta a história de um carpinteiro de Newcastle-Inglaterra, que após sofrer um problema cardíaco é desaconselhado pelos médicos a retornar ao trabalho. Ao retratar a degradação da saúde de Blake, a obra ilustra alguns aspectos dos determinantes sociais sobre a saúde, tais como a idade, estilo de vida, organizações sociais de apoio, assim como questões a respeito do desemprego e falta de assistência. Paralelamente a narrativa, o filme aborda a trajetória decadente de Katie que, sendo responsável pelo sustento de dois filhos e sem oportunidades de emprego, se vê forçada a prostituir-se. A obra retrata a marcha do trabalhador rumo à pobreza e o desespero enquanto aguarda e luta pela garantia de seus direitos em um momento de incapacidade, demonstrando assim, como a fragilidade dos serviços estabelecidos para prover o trabalhador pode levá-lo a uma condição de miséria. A história constitui boa referência aos profissionais das áreas de saúde e assistência social, assim como aos interessados em questões laborais e coletivas contemporâneas.