The Ndoki Index: Sorcery, Economy, and Invisible Operations in the Angolan Urban Sphere

Blanes, Ruy Llera

doi:10.1007/978-3-319-56068-7_4

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“…A associação entre feitiçaria e política, assim como a cosmologia do invisível, não é exclusividade de Moçambique, sendo um tema que permeia a vida social africana, conforme vários estudos apresentam (Ashforth 2005, Blanes 2017, Comaro e Comaro 1999, Englund 1996, Geschiere 1995, 2013, Marshall 2009 para o que se chama, em português, de feitiçaria) permite a criação de um discurso por meio do qual a realidade do mundo é composta e sustentada por relações de poder, em uma luta constante entre a manutenção da possibilidade de um equilíbrio entre o mundo invisível e o mundo visível, e a busca de formas de romper com esse suposto equilíbrio para a obtenção de capacidades de transformar o mundo cotidiano, em acordo com interesses especí cos. A feitiçaria é por excelência uma linguagem de poder (Figueiredo 2020, 170-81). É a forma mais direta e perigosa de O que os negacionismos negam?…”

Section: A Política Entre O Visível E O Invisível: a Gestão Do Oculto...unclassified

O que os negacionismos negam? Gestão do oculto e produção da verdade a partir de uma etnografia da política no norte de Moçambique

Figueiredo

2023

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Este artigo explora certas discursividades presentes na chamada era da pós-verdade, através de contextos epistêmicos divergentes, em que a produção de verdades, e a produção da verdade como valor na ciência e na política, entra em disputas por legitimidade e poder. Tais conflitos estão relacionados a metafísicas produtoras de discursos de visibilidade e de invisibilidade, que operam como meios de efetuação da verdade. A partir de uma investigação etnográfica feita no norte de Moçambique, onde o Estado convive de forma imanente com uma política do mundo invisível, por meio do discurso da feitiçaria, proponho estabelecer uma analogia entre dinâmicas diferentes de operação com o oculto, advindas tanto do discurso da feitiçaria como dos discursos negacionistas, presentes na política brasileira e no mundo, conforme tem sido demonstrado por estudos etnográficos e políticos atuais.

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Section: A Política Entre O Visível E O Invisível: a Gestão Do Oculto...unclassified

O que os negacionismos negam? Gestão do oculto e produção da verdade a partir de uma etnografia da política no norte de Moçambique

Figueiredo

2023

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“…Por um lado, o facto de as epistemologias tradicionais kongo associarem o kindoki à ideia de ingestão, de introduzir algo dentro do corpo, foi relacionado por autores europeus católicos aos atos e aos processos do envenenamento (Ballard 2005 citado em Blanes 2017). Por outro, e como salienta Blanes (2017), ao elaborar sobre as distinções entre kindoki positivo e negativo, é precisamente a transplantação do mundo kongo para cidades como Luanda, onde a «tradição» foi corrompida pelos processos de urbanização extrema, que vai reforçar a valoração moral na equação do kindoki.…”

Section: Prosperidade E Mobilidade Social: Contrapartidas De Uma Miragemunclassified

“És feiticeiro, então já estudas”: Crianças em risco, agencialidade e mobilidade social em Angola

Soares

2021

Mana

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Resumo Este trabalho explora o papel da feitiçaria - e em particular das acusações dirigidas a crianças - nas reconfigurações sociais que têm marcado, desde 2002, o pós-guerra civil em Angola. Destaca, por um lado, a forma como a problemática social das "crianças-feiticeiras" se articula intimamente com a etnopolítica bakongo e com o debate sobre o lugar desta etnia na sociedade angolana; por outro, revela que, longe de serem elementos passivos nesse processo, as próprias crianças podem instrumentalizar as acusações como forma de aceder a recursos e oportunidades que lhes permitam ascender socialmente. Desta forma, vai ao encontro de outros estudos que, nas últimas décadas, identificam transformações profundas no estatuto da infância e juventude em vários contextos de crise pós-Guerra Fria na África Ocidental. Este trabalho partiu de uma etnografia dos processos de reintegração social e familiar de crianças acusadas de feitiçaria acolhidas em instituições missionárias católicas na capital, Luanda, e em Mbanza Kongo, na província angolana do Zaire.

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“…As in other African contexts, witchcraft in Angola is not a relic of pre-colonial times nor is it limited to "indigenous" society. Witchcraft accusations and trials were prevalent among both sides of the protracted Angolan civil war (Brinkman 2003), and Bakongo residents of contemporary Luanda use the term ndoki to refer to ingestion or bodily internalization of poisons resulting from the secret actions of an absent or hidden mediator (Blanes 2017).…”

Section: Witchcraft Indirectness and Subjunctivitymentioning

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Kufala! Translating witchcraft in an Angolan–Chinese labor dispute

Schmitz

2020

HAU: Journal of Ethnographic Theory

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Drawing on fieldwork conducted at a Chinese state-owned enterprise brought to Angola in the postwar reconstruction boom, this article devotes sustained attention to a labor dispute between an Angolan laid-off worker and his former Chinese employers. Called upon to interpret between the worker and his bosses, neither of whom spoke directly or transparently, the ethnographer found herself implicated in a prolonged negotiation of attempted kindness and unavoidable cruelty. Through repeated translations and circumlocutions, both parties attempted to preserve sociality despite being structurally positioned in an exploitative relationship. Translating this exchange into an ethnographic narrative, this paper explores how the indirectness both of speech and of witchcraft failed as social relations broke down.

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The Ndoki Index: Sorcery, Economy, and Invisible Operations in the Angolan Urban Sphere

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O que os negacionismos negam? Gestão do oculto e produção da verdade a partir de uma etnografia da política no norte de Moçambique

O que os negacionismos negam? Gestão do oculto e produção da verdade a partir de uma etnografia da política no norte de Moçambique

“És feiticeiro, então já estudas”: Crianças em risco, agencialidade e mobilidade social em Angola

Kufala! Translating witchcraft in an Angolan–Chinese labor dispute

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