António Lopes Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. Neste artigo, sigo o percurso do realizador desde meados dos anos 1920 até finais da II Guerra Mundial, apresentando e analisando os diversos projectos em que se envolveu com o intuito de criar um cinema nacional de projecção internacional. A chegada do sonoro fortaleceu este anseio. Para garantir a sustentabilidade económica da indústria cinematográfica e uma produção contínua Lopes Ribeiro acreditava ser necessário ampliar a distribuição para além dos mercados tradicionais, i.e. as colónias e as comunidades de emigração portuguesa no Brasil. Metodologicamente, esta investigação serve-se de documentos do fundo do Secretariado Nacional da Informação e do Arquivo Salazar, bem como outras fontes primárias, sobretudo hemerográficas, como o Diário de Lisboa e a Animatógrafo, revista especializada em cinema, além de um conjunto de cartas de Lopes Ribeiro dirigidas a António Ferro, provenientes da Fundação Quadros.