Uma característica inerente aos solos não saturados é a tendência a sofrer variações de volume quando se lhes altera o teor de umidade sob tensões praticamente constantes. Quando se aumenta o teor de umidade, pode ocorrer redução de volume, como ocorre, tipicamente, em solos de baixa densidade, ou seu aumento, comportamento típico dos solos expansivos. As razões para tal são diferentes num e noutro caso. Nos solos de baixa densidade, o aumento de umidade resulta numa redução da resistência nos contatos inter partículas, comumente por redução de sucção, um rearranjo estrutural e uma nova condição de equilíbrio sob a carga atuante e o novo teor de umidade ou nova sucção. A esse fenômeno, tem-se dado o nome de colapso, donde a designação de solo colapsível ou colapsável aos solos que experimentam o fenômeno. Embora colapso tenha um significado amplo, principalmente, em engenharia, o fato é que, em Geotecnia, a palavra ganhou o significado de expressar a redução de volume demonstrada por certos solos quando são umedecidos. Nessa perspectiva, os solos são ainda designados de verdadeiramente colapsíveis quando experimentam o fenômeno de redução de volume por umedecimento sob peso próprio e condicionalmente colapsíveis quando a redução de volume se processa sob a ação de uma sobrecarga adicional.No Brasil, a grande ênfase no estudo de solos colapsíveis data da década de 1970, motivado pela construção de barragens no Centro-Sul e por problemas associados a fundações de barragens e de edifícios no Sudeste e em municípios do semi-árido (Vargas, 1973;Pinto, 1978; Vilar et al., 1981, dentre outros). Os solos expansivos são encontrados em várias regiões do país, em especial, no Nordeste, onde aparecem em camadas de formação cretácea, aproximadamente, ao longo do meridiano da Bahia para o norte, até atravessar Pernambuco e Ceará. O solo expansivo do Massapê do Recôncavo Baiano foi motivo de estudos de vários pesquisadores, como Sobral (1956) e Simões e Costa Filho (1981). Nas regiões Centro-Sul e Sul, foram encontrados solos expansivos, por exemplo, em camadas superficiais de podzólicos das Formações Passa Dois e Grupo Tubarão, em