Os peixes são uma importante fonte de proteínas, micronutrientes e ácidos graxos poliinsaturados. As tilápias (Oreochromis niloticus) têm um grande potencial de cultivo e ampla aceitação comercial. A deposição de aflatoxinas nos peixes é residual e cumulativa, no entanto há diferenças de sensibilidade entre as espécies e a legislação brasileira contempla limites apenas para rações de modo geral. O objetivo do trabalho foi avaliar a ocorrência de aflatoxinas em rações e tilápias de pisciculturas do Brasil. Foram coletadas 43 amostras de rações (500 g cada amostra) e 42 amostras de tilápias (500 g de peixe para compor uma amostra) de diferentes propriedades no Brasil. Amostras de ração, fígado e músculo foram avaliadas para aflatoxinas B 1 , B 2 , G 1 e G 2. As amostras foram analisadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) utilizando colunas de imunoafinidade para a etapa de purificação. Foram encontrados 16,28% e 86,05% de amostras de ração positivas para AFG 1 e AFB 1 , respectivamente. No entanto, todas as amostras de ração mostraram-se dentro dos limites estabelecidos pela legislação brasileira. AFG 1 e AFB 1 foram detectadas em 7,14% e 85,72% das amostras de fígado, respectivamente, com níveis de 0,152 µg AFG 1 /kg e variando de 0,150 a 0,866 µg AFB 1 /kg. A AFB 1 foi encontrada em 19,05% das amostras de músculo, com níveis variando de 0,150 a 0,372 µg/kg. Embora os valores encontrados nas rações estejam abaixo dos limites estabelecidos e os níveis em fígado e músculo tenham sido baixos, o monitoramento e os esforços para a diminuição da exposição às aflatoxinas devem ser considerados.