Abstract:This paper seeks to address the central role played by derivatives markets in contemporary capitalism. It argues that these financial instruments have added several implications to the dynamics of capitalist economies, so that it forms a new sphere of accumulation here called the fourth dimension, with a new form of capital (the derivative form). In this new dimension, it is possible to observe three major changes compared to the previous dimensions. The first concerns the emergence of new property relations, … Show more
“…Assim como discutido em Carneiro et al (2015), no capitalismo dominado pelas finanças, a esfera financeira tende a exercer uma relação de dominância sobre a esfera da produção e a economia em geral. Chesnais (2005) esclarece que a dinâmica financeira se estabelece como norma e o mercado, de forma geral, segue a lógica cuja finalidade não é a criação de riquezas que aumentem a capacidade de produção, mas a valorização fictícia dos ativos.…”
Section: Transformações Da Economia Capitalista Após Crise De Bretton...unclassified
“…Para Aglietta (2006) e Aglietta e Rebérioux (2005), a hegemonia 24 O progressivo desenvolvimento das finanças desreguladas levou mais recentemente à proliferação dos múltiplos e vultosos instrumentos de derivativos nas mais importantes praças financeiras do mundo. Nos mercados de derivativos, onde nem mesmo se requer entrega física de mercadorias, as transações são puramente monetárias, e nem mesmo há alteração na propriedade dos ativos de referência dos derivativos negociados, o processo de financeirização chega ao seu estágio mais elevado no início do século XXI, tal como discute Carneiro et al (2015). O impacto dessa nova esfera de acumulação, ou dessa nova etapa da financeirização, sob a economia global se nota em preços de ativos e commodities inflados e mais voláteis, nas trajetórias de taxas de câmbio, em taxas de juros, crédito e, também, teve papel central nas causas da crise financeira internacional (MELLO, 2013).…”
Section: Transformações Da Economia Capitalista Após Crise De Bretton...unclassified
“…A despeito dessa fragilidade metodológica de se ignorar a separação marxista entre capital constante e variável, na prática o que é importante absorver é que aquele processo de produção capitalista (ou firma) que realizava todo o processo produtivo, com os próprios meios de produção e contratação da força de trabalho in house (algo ao estilo da indústria automobilística no início do século XX) alterou-se. Essa firma na etapa mais recente do capitalismo globalizado é transnacional, os processos internacionais de fusão e aquisição amplificaram ainda mais os níveis de centralização de capital e os gestores dessa firma estão 34 Detalhes em Marx (1985), ou uma discussão dos esquemas marxistas em Carneiro et al (2015).…”
Section: 1 Aspectos De Uma Estratégia Chinesa E Americanaunclassified
“…Em realidade, se relaciona a investidores que nem sequer têm capacidade para transportar ou armazenar os produtos, são agentes que obtém ganhos financeiros em função das apostas, especulativas, que fazem por meio dos instrumentos futuros. O aspecto crucial e destacado porCarneiro et al (2015) nesta nova forma de organização de mercado é os preços aumentam. Existe também ampla literatura que discute a formação de uma bolha de preços resultante da especulação no mercado de derivativos de petróleo, por exemplo emKahn (2009).Com o objetivo de organizar algumas evidências do impacto do novo centro sobre as commodities, os Gráficos II.17 apresentam a forma pela qual os crescimentos do PIB chinês, americano e da liquidez internacional se comportaram vis-à-vis às variações dos distintos preços de commodities.…”
Aos meus pais, Tânia e Ricardo.
AgradecimentosEsta tese não haveria sido possível sem a contribuição de um conjunto importante de pessoas e sem as instituições nas quais tive o privilégio de ser parte, de modo que esta seção de agradecimentos não é mera praxe ou exercício de retórica. Seguindo a tradição da Escola de Campinas, a tese é produto de construção coletiva e de reflexão crítica sobre a realidade latino-americana. Por essa razão, compartilho os eventuais méritos deste trabalho com todos e todas que contribuíram à tese e a quem agradeço profundamente. As imprecisões presentes no trabalho são de minha exclusiva responsabilidade.A tese contou com quatro fases (não planejadas, diga-se de passagem) que influenciaram diretamente o produto aqui apresentado e que marcaram meu doutoramento.Tenho consciência que acabei por tardar mais do que gostariam as entidades de fomento à pesquisa, mas a experiência ao longo do processo contribuiu por dar maior maturidade ao jovem doutorando que aqui se arriscou a gravar suas palavras. A primeira fase foi como estudante no Instituto de Economia da UNICAMP em Campinas; segundo, como conselheiro pelo Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, Estados Unidos; terceiro, após período no BID e retirado para escrever o corpo principal da tese; e quarto, como oficial de assuntos econômicos na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) em Brasília.Nessa ordem cronológica, primeiramente agradeço ao Instituto de Economia da UNICAMP pela formação na graduação e no doutorado, pelos debates, pelas amizades, pelo desejo incansável da instituição em compreender e superar o subdesenvolvimento do Brasil e da América Latina, o que deixou em mim marcas profundas e irreparáveis. Agradeço ao meu orientador, Professor Ricardo Carneiro, quem generosamente acreditou na minha capacidade intelectual, confiou em meu trabalho e com quem pude aprender e me inspirar a partir de sua liderança intelectual, crítica e sempre aguerrido, tanto na academia, quanto na política.Obrigado ao Professor Célio Hiratuka, coordenador da pós-graduação e que sempre apoiou a mim e meus colegas no árduo processo até a conclusão da tese. Agradeço aos colegas da pósgraduação e Professores, particularmente aqueles dos debates no
“…Assim como discutido em Carneiro et al (2015), no capitalismo dominado pelas finanças, a esfera financeira tende a exercer uma relação de dominância sobre a esfera da produção e a economia em geral. Chesnais (2005) esclarece que a dinâmica financeira se estabelece como norma e o mercado, de forma geral, segue a lógica cuja finalidade não é a criação de riquezas que aumentem a capacidade de produção, mas a valorização fictícia dos ativos.…”
Section: Transformações Da Economia Capitalista Após Crise De Bretton...unclassified
“…Para Aglietta (2006) e Aglietta e Rebérioux (2005), a hegemonia 24 O progressivo desenvolvimento das finanças desreguladas levou mais recentemente à proliferação dos múltiplos e vultosos instrumentos de derivativos nas mais importantes praças financeiras do mundo. Nos mercados de derivativos, onde nem mesmo se requer entrega física de mercadorias, as transações são puramente monetárias, e nem mesmo há alteração na propriedade dos ativos de referência dos derivativos negociados, o processo de financeirização chega ao seu estágio mais elevado no início do século XXI, tal como discute Carneiro et al (2015). O impacto dessa nova esfera de acumulação, ou dessa nova etapa da financeirização, sob a economia global se nota em preços de ativos e commodities inflados e mais voláteis, nas trajetórias de taxas de câmbio, em taxas de juros, crédito e, também, teve papel central nas causas da crise financeira internacional (MELLO, 2013).…”
Section: Transformações Da Economia Capitalista Após Crise De Bretton...unclassified
“…A despeito dessa fragilidade metodológica de se ignorar a separação marxista entre capital constante e variável, na prática o que é importante absorver é que aquele processo de produção capitalista (ou firma) que realizava todo o processo produtivo, com os próprios meios de produção e contratação da força de trabalho in house (algo ao estilo da indústria automobilística no início do século XX) alterou-se. Essa firma na etapa mais recente do capitalismo globalizado é transnacional, os processos internacionais de fusão e aquisição amplificaram ainda mais os níveis de centralização de capital e os gestores dessa firma estão 34 Detalhes em Marx (1985), ou uma discussão dos esquemas marxistas em Carneiro et al (2015).…”
Section: 1 Aspectos De Uma Estratégia Chinesa E Americanaunclassified
“…Em realidade, se relaciona a investidores que nem sequer têm capacidade para transportar ou armazenar os produtos, são agentes que obtém ganhos financeiros em função das apostas, especulativas, que fazem por meio dos instrumentos futuros. O aspecto crucial e destacado porCarneiro et al (2015) nesta nova forma de organização de mercado é os preços aumentam. Existe também ampla literatura que discute a formação de uma bolha de preços resultante da especulação no mercado de derivativos de petróleo, por exemplo emKahn (2009).Com o objetivo de organizar algumas evidências do impacto do novo centro sobre as commodities, os Gráficos II.17 apresentam a forma pela qual os crescimentos do PIB chinês, americano e da liquidez internacional se comportaram vis-à-vis às variações dos distintos preços de commodities.…”
Aos meus pais, Tânia e Ricardo.
AgradecimentosEsta tese não haveria sido possível sem a contribuição de um conjunto importante de pessoas e sem as instituições nas quais tive o privilégio de ser parte, de modo que esta seção de agradecimentos não é mera praxe ou exercício de retórica. Seguindo a tradição da Escola de Campinas, a tese é produto de construção coletiva e de reflexão crítica sobre a realidade latino-americana. Por essa razão, compartilho os eventuais méritos deste trabalho com todos e todas que contribuíram à tese e a quem agradeço profundamente. As imprecisões presentes no trabalho são de minha exclusiva responsabilidade.A tese contou com quatro fases (não planejadas, diga-se de passagem) que influenciaram diretamente o produto aqui apresentado e que marcaram meu doutoramento.Tenho consciência que acabei por tardar mais do que gostariam as entidades de fomento à pesquisa, mas a experiência ao longo do processo contribuiu por dar maior maturidade ao jovem doutorando que aqui se arriscou a gravar suas palavras. A primeira fase foi como estudante no Instituto de Economia da UNICAMP em Campinas; segundo, como conselheiro pelo Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, Estados Unidos; terceiro, após período no BID e retirado para escrever o corpo principal da tese; e quarto, como oficial de assuntos econômicos na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) em Brasília.Nessa ordem cronológica, primeiramente agradeço ao Instituto de Economia da UNICAMP pela formação na graduação e no doutorado, pelos debates, pelas amizades, pelo desejo incansável da instituição em compreender e superar o subdesenvolvimento do Brasil e da América Latina, o que deixou em mim marcas profundas e irreparáveis. Agradeço ao meu orientador, Professor Ricardo Carneiro, quem generosamente acreditou na minha capacidade intelectual, confiou em meu trabalho e com quem pude aprender e me inspirar a partir de sua liderança intelectual, crítica e sempre aguerrido, tanto na academia, quanto na política.Obrigado ao Professor Célio Hiratuka, coordenador da pós-graduação e que sempre apoiou a mim e meus colegas no árduo processo até a conclusão da tese. Agradeço aos colegas da pósgraduação e Professores, particularmente aqueles dos debates no
“…Nesse novo sistema assim caracterizado, ganha destaque o papel desempenhado por um instrumento cuja existência precede à da própria economia capitalista, porém tem seu papel e finalidade alterados com a financeirização: os derivativos. Carneiro et al (2015) defendem que tais instrumentos compõem o que chamaram de a "quarta dimensão". Enquanto a primeira dimensão corresponde à esfera das mercadorias, da produção, em que o dinheiro atua apenas como um facilitador das trocas, a segunda dimensão diz respeito ao processo de acumulação D-M-D', no qual o mais valor é obtido pela mais valia extraída do processo produtivo.…”
Section: Do Capital Fictício à Financeirizaçãounclassified
Este trabalho é fruto de um longo caminho de aprendizado, de doação e de parcerias.Nesse sentido, agradeço, em primeiro lugar, aos meus pais, Cristina e Zacarias, aos quais dedico este trabalho. Obrigada pelo apoio ao longo desta etapa e por acreditarem em mim.Agradeço, também, ao meu irmão, André. Obrigada por estarem sempre comigo. A vocês devo tudo o que sou.Agradeço aos professores e formadores com os quais tive contato ao longo da minha trajetória acadêmica, em especial ao meu orientador Prof. Pedro Rossi, pela paciência e imprescindível orientação, sem ele este trabalho não seria possível.Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pelo apoio financeiro ao longo destes dois anos de mestrado.Aos meus queridos colegas ingressantes no mestrado em 2018, agradeço os momentos de compartilhamento das dúvidas, dos pensamentos, das angústias e dos cafés ao longo de um ano e meio de disciplinas cursadas. Um agradecimento especial aos meus queridos
This article provides a critical interrogation of the Brazilian tax on foreign exchange derivatives deployed between 2011 and 2013. It analyses the drivers of the policy-making process that led to implementation of the measure, locates it within the broader policy response regarding the management of cross-border capital flows and speculative finance, and assesses its political economy significance in light of class dynamics. The author makes three arguments. First, this innovative policy tool must be interpreted in terms of the emergence of a specific form of state power allowing for the continuation of finance-led strategies of accumulation, while mitigating some of their worst consequences. Second, this form of state power internalizes the subordinate positionality of Brazil in the global financial and monetary system. Third, while financialization processes have eroded the efficiency of a number of policy tools, this policy experiment demonstrates the possibility of regulating complex financial markets, provided that appropriate resources are dedicated to the task, and that there is the political will to do so. The article concludes by discussing theoretical implications, for how to theorize state and financialization, as well as political implications.I would like to thank my interviewees for their openness and assistance. Thanks are also due to two anonymous reviewers for helpful comments on earlier drafts of this article. The usual disclaimers apply. Development and Change 50(5): 1310-1341.
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