“…O Karitiana, porém, não apresenta nenhum dos determinantes ou quantificadores comuns a línguas indo-europeias, tais como, para ficar só nos exemplos do português, o artigo definido ('os', em 'os homens'), indefinidos ('um', em 'um homem', ou 'alguns', em 'alguns homens'), 'certos', 'vários' etc. Além do Karitiana, outras línguas não indo-europeias constituem evidência empírica contra esse universal (Bach e Chao 2008): Mohawk (Baker, Aranovich e Golluscio 2005); Straits Salish (Jelinek 1995), Asurini do Trocará (Vieira 1995), Walpiri (Bittner e Hale 2005), Navajo (Faltz 2000;Speas e Parsons Yazzie 1996). Portanto, o primeiro motivo para o impacto do Karitiana é que "As línguas indígenas brasileiras apresentam propriedades ainda pouco conhecidas pela Linguística, podendo, inclusive, colocar problemas novos para as teorias correntes sobre a natureza das línguas e da faculdade humana da linguagem" (Maia 2000).…”