O objetivo do estudo foi avaliar a relação entre a qualidade do sono e indicadores do consumo alimentar e do nível de atividade física de policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) durante a pandemia de COVID-19. A amostra foi constituída inicialmente por 49 policiais do sexo masculino, com idades entre 30 e 52 anos. Durante a coleta de dados um participante desistiu, um participante faleceu e sete não responderam a todos os questionários necessários para análise dos dados, sendo a amostra final do estudo de 40 policiais. Os dados foram coletados com o Questionário Internacional de Atividade Física -IPAQ, Índice sobre a Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP), Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e recordatório alimentar de 24h. Os dados foram analisados através dos testes Qui-quadrado de Pearson para associações entre variáveis categóricas e t de Student para diferença entre médias. A maior parte dos policiais que compõem o BOPE apresentou uma boa qualidade do sono, nível muito alto de atividade física e maior ingestão de carboidratos e gorduras provenientes de alimentos in natura e minimamente processados. Entretanto, uma frequência de 45% dos policiais militares que compõem o BOPE apresentou sono ruim, havendo um maior consumo de alimentos processados (pães, queijos e nata) nessas condições, enquanto 40% exibiram sonolência diurna. Maiores frequências de pior qualidade do sono foram observadas entre os policiais insuficientemente ativos, contudo, houve um baixo número de policiais nesta classificação, não sendo possível utilizar testes de associação para analisar a significância estatística. Foi possível concluir que os policiais que apresentaram sono ruim, identificado pelo IQSP, tiveram um maior consumo de alimentos processados. Com isso, a necessidade de uma maior atenção aos hábitos alimentares e de estilo de vida dos policiais militares foi evidenciada, principalmente se tratando de batalhões especiais, visando melhores condições de trabalho e qualidade de vida.