O artigo traz contribuição para a compreensão da prostituição enquanto prática econômica no início do século XX, na cidade de Santa Maria. Para isso, lançamos nosso olhar sobre a "casa de tolerância" de Angelina Ilha. Por meio da análise de três processos-crime que envolvem direta ou indiretamente este local de negócios, observamos como uma mulher organizava a exploração de prostitutas por meio do aluguel de quartos em uma pensão, quais suas estratégias de gestão de seus negócios e de atuação em um mercado ilícito e que envolvia atividades criminosas. Outras fontes como almanaques da região e exemplares do principal jornal da cidade nos ajudaram a compreender a dinâmica da cidade onde um grande número de mulheres praticava as mais diversas formas de comercialização de sexo. O olhar para os aspectos econômicos mostra que a história econômica pode dar importantes contribuições para a compreensão do fenômeno, como iluminar a agência de mulheres gerindo negócios.