O artigo visa analisar algumas pistas que sugerem uma relação entre as tragédias gregas e a polis, de modo a reforçar a hipótese de que a tragédia é, além de um gênero literário, uma instituição política. Para tanto, os trabalhos de Goldhill, Hall, Tierno, Vernant, são cruciais. Assim, são analisadas algumas condições de possibilidade para a emergência da polis democrática, na medida em que aclaram a relação desta organização sócio-política e da tragédia. Em seguida, será examinado o contexto fático nos quais as encenações trágicas ocorriam, apontando que tais eventos compunham uma preocupação institucional. Por fim, de modo a apontar uma ligação mais profunda, pretende-se refletir sobre alguns dos principais temas políticos das peças.