Homem de 68 anos de idade, foi encaminhado ao hospital para tratamento cirúrgico de insuficiência tricúspide.Em 1972, o paciente foi submetido a cirurgia de aneurisma de aorta torácica. Depois da operação, o paciente teve boa evolução com o tratamento clínico, apresentando dispnéia aos grandes esforços.Em 1990 foi hospitalizado em razão de anasarca. Foram diagnosticadas insuficiência da valva tricúspide e fibrilação atrial. A anasarca foi atribuída à cirrose hepática, seguindose tratamento clínico.Em 1991 foi submetido a colecistectomia. A biópsia hepática transoperatória revelou padrão inflamatório moderado e sinais de congestão crônica.Cinco anos após (11/8/96) apresentou dor lombar intensa, bilateral e dispnéia. Procurou atendimento médico, tendo sido hospitalizado. Foram prescritos digoxina, dobutamina, furosemida e diclofenaco. Seguiu-se hipotensão arterial, oligúria e elevação da taxa sérica de creatinina para 3,5mg/dL.Transferido para outro hospital, onde foi feito o diagnóstico de fibrilação atrial e bloqueio atrioventricular; foi instalado marcapasso provisório. A digoxinemia foi 3,8ng/mL (normal até 2,2ng/mL). Foi interrompida a administração de digoxina e foram administradas dobutamina e dopamina por via endovenosa, nitroglicerina por via transdérmica e heparina de baixo peso molecular por via subcutânea. A hipotensão arterial foi controlada e a função renal melhorada.A endoscopia (12/8/96), revelou varizes de fino calibre em esôfago e gastrite enantemosa de moderada intensidade em corpo e antro do estômago.O exame ultra-sonográfico do abdome (22/8/96) revelou hepatomegalia, ascite moderada, grande dilatação da veia cava inferior e esplenomegalia. Os achados foram considerados compatíveis com hepatopatia crônica e hipertensão portal.A tomografia computadorizada do tórax e do abdome, sem uso de contraste, não revelou sinais de rotura de aorta torácica ou abdominal.