“…Nela, à medida mesma que se desdobra na sua iconicidade -concebida, na esteira dos poetas do simbolismo, como "[...] halo de ecos, aura ectoplásmica, campos elétricos de significados difusos em volta do núcleo denotativo [...]" (LEMINSKI, 2012, p. 97), a palavra poética também se afirma por sua tendência à brevidade, recurso muito "[...] afim à era da compressão da informação, das micro-células portadoras de macro-informação, das distâncias mínimas em velocidades máximas [...]" (p. 55). Presente nas palavras-valise de Lewis Carroll ou nos haicais da poesia japonesa, com seus kakekotobas -"[...] passagem de uma palavra por dentro de outra, nela deixando seu perfurme [...]" (BASHÔ apud LEMINSKI, 2012, p. 53) -, tal termodinâmica da concentração também caracteriza o poema-piada e o poema-minuto legados por Oswald de Andrade (LEMINSKI, 1986, p. 55-56;LUCAS, 2020). Há "algo de informático-eletrônico" que "zune" no poema-breve e o faz pulsar no ritmo do tempo, "um tempo 'clip', um tempo 'bip', um tempo 'chips'" (LEMINSKI, 2012, p. 125).…”