2020
DOI: 10.19177/rcc.v15e12020167-190
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Termodinâmicas do ato poético: modulações do (fim do) poema na década perdida

Abstract: Observando as transformações do campo literário ocorridas durante os anos 1980, o artigo procura algumas das inflexões iniciais do debate contemporâneo sobre a situação do verso e sua relação com a prosa, em um momento de crise na delimitação dos gêneros poéticos e de perda do lastro discursivo (Provase). Para tanto, analisam-se duas poéticas, de Paulo Leminski e de Sebastião Uchoa Leite, desdobradas durante a chamada década perdida e que trazem diferentes consequências para três questões interligadas: a) o es… Show more

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“…Nela, à medida mesma que se desdobra na sua iconicidade -concebida, na esteira dos poetas do simbolismo, como "[...] halo de ecos, aura ectoplásmica, campos elétricos de significados difusos em volta do núcleo denotativo [...]" (LEMINSKI, 2012, p. 97), a palavra poética também se afirma por sua tendência à brevidade, recurso muito "[...] afim à era da compressão da informação, das micro-células portadoras de macro-informação, das distâncias mínimas em velocidades máximas [...]" (p. 55). Presente nas palavras-valise de Lewis Carroll ou nos haicais da poesia japonesa, com seus kakekotobas -"[...] passagem de uma palavra por dentro de outra, nela deixando seu perfurme [...]" (BASHÔ apud LEMINSKI, 2012, p. 53) -, tal termodinâmica da concentração também caracteriza o poema-piada e o poema-minuto legados por Oswald de Andrade (LEMINSKI, 1986, p. 55-56;LUCAS, 2020). Há "algo de informático-eletrônico" que "zune" no poema-breve e o faz pulsar no ritmo do tempo, "um tempo 'clip', um tempo 'bip', um tempo 'chips'" (LEMINSKI, 2012, p. 125).…”
Section: O Poema-piada E a Aldeia Global Da Informaçãounclassified
“…Nela, à medida mesma que se desdobra na sua iconicidade -concebida, na esteira dos poetas do simbolismo, como "[...] halo de ecos, aura ectoplásmica, campos elétricos de significados difusos em volta do núcleo denotativo [...]" (LEMINSKI, 2012, p. 97), a palavra poética também se afirma por sua tendência à brevidade, recurso muito "[...] afim à era da compressão da informação, das micro-células portadoras de macro-informação, das distâncias mínimas em velocidades máximas [...]" (p. 55). Presente nas palavras-valise de Lewis Carroll ou nos haicais da poesia japonesa, com seus kakekotobas -"[...] passagem de uma palavra por dentro de outra, nela deixando seu perfurme [...]" (BASHÔ apud LEMINSKI, 2012, p. 53) -, tal termodinâmica da concentração também caracteriza o poema-piada e o poema-minuto legados por Oswald de Andrade (LEMINSKI, 1986, p. 55-56;LUCAS, 2020). Há "algo de informático-eletrônico" que "zune" no poema-breve e o faz pulsar no ritmo do tempo, "um tempo 'clip', um tempo 'bip', um tempo 'chips'" (LEMINSKI, 2012, p. 125).…”
Section: O Poema-piada E a Aldeia Global Da Informaçãounclassified