“…Em primeira instância, ela fundamenta-se na contestação da fragmentação das ciências, das sociedades e das problemáticas ambientais em setores que são claramente complexos, formados por esferas indissociáveis, assim como os fios que compõem a malha de um tecido, como aponta Morin (2015). Em última instância, a Educação Ambiental Crítica encontra respaldo na dialética, ou seja, em um "caminho entre ideias", como método principal para compreender o ambiente Para a Teoria Crítica, o isolamento de disciplinas setoriais nas sociedades capitalistas desvia a compreensão de como as forças de produção do mercado interagem entre si, ficando os sujeitos ao sabor das razões instrumentais que trabalham na manutenção das normas sociais em vigência (FLECK, 2017;PINZANI, 2017). Para a Educação Ambiental Crítica, da mesma forma, os isolamentos de problemáticas ambientais de seus contextos sociais e políticos esvaziam-se no pragmatismo de acreditar, por exemplo, que a crise hídrica e a geração de resíduos sólidos podem ser controlados a partir de atitudes singulares e ações pontuais como a economia de água durante o banho e a separação de lixo para a coleta seletiva (TREIN, 2012) É preciso compreender que as adversidades ambientais são apenas "planos de fundo" onde se refletem os infortúnios, as desigualdades e as injustiças sociais.…”