Tempos de Encontro: Escrita, escuta, psicanálise

Abstract

Este livro é um tributo aos encontros e à memória. Modelado pela escuta, pela escrita e pela psicanálise, evoca pessoas queridas que me provocaram, me tocaram e me constituíram. Os textos destacam a importância da dimensão coletiva, social e política da psicanálise e a relevância da alteridade para a constituição do sujeito e para a ética clínica e institucional. Neles, discuto os processos de subjetivação que articulam corpo e mente, o enquadre e a relação terapêutica, o processo educativo e a prática médica e a transmissão em psicanálise. Em tempos de acentuado esgarçamento das relações pessoais e sociais, é ainda mais fundamental lembrar que nada disso teria sido possível sem a experiência dos encontros. Este livro celebra essas experiências e minha gratidão a todos que delas participaram.

Implicações psicológicas e vivências emocionais em idosos com dor crônica e depressão

“…A dor aguda é aquela que oferece uma resposta imediata àquele que a sofre, podendo ser resultado de danos nos tecidos e facilmente tratada com analgésicos. Já a dor crônica é mais difusa, perdura por um período maior que seis meses e tem a caraterística de ser refratária aos mais variados tratamentos, entre eles, as terapias e os remédios (SBED, 2010;Volich, 2010;Vitorino & Tardivo, 2019).…”

“…Quando a dor é resultado de uma lesão, há a traumatização de um tecido ou órgão, ocorrendo assim, a liberação de substâncias químicas como as prostaglandinas e os leucotrienos que levam um impulso até os nociceptores no córtex cerebral, que interpretará este estímulo como uma sensação de dor, conhecida como hiperalgesia. Esta é uma experiência sensitiva e subjetiva, envolvendo mecanismos psíquicos, físicos e culturais, que na amplitude do conceito mostra que a dor se impõe entre o visível da lesão e o invisível da dor que é sentida pela pessoa doente (Volich, 2010;Pinto, 2018).…”