A excisão total do mesorreto (ETM) é procedimento já consagrado na cirurgia do câncer retal. O objetivo deste estudo foi analisar prospectivamente a evolução e a sobrevida após cinco anos de cirurgia considerada curativa para câncer do reto alto (> de 6 cm da borda anal) e baixo (< de 6 cm da borda anal) em 140 pacientes portadores de câncer de reto, todos eles submetidos a excisão total do mesorreto. Foram estudados a recidiva local e a sobrevida nos dois grupos. Houve recidiva local em 5% dos pacientes com câncer de reto alto e 18% dos pacientes operados por câncer de reto baixo, mostrando diferença estatisticamente significante (p= 0,0014). A sobrevida em cinco anos foi de 78% nos tumores acima de 6 cm da borda anal e 59% nos tumores abaixo de 6 cm (p= 0,0292).Conclusão: a cirurgia apresentou cura em 72% dos pacientes, no entanto, nos cânceres abaixo de 6 cm da borda anal, os resultados foram insatisfatórios. A provável explicação para este fato é que os tumores baixos têm disseminação lateral que não é atingida pela excisão do mesorreto. A radioterapia pré-operatória e a excisão lateral de linfonodos deve ser considerada nos tumores de reto abaixo de 6 cm da borda anal.
ComentárioTemos visto com certa freqüência a recidiva local de tumores baixos de reto após cirurgia oncologicamente curativa (margens livres e excisão do mesorreto). Este fato nos tem levado a considerar uma maior indicação de quimio e radioterapia pós-operatória nestes tumores e a uma maior indicação de amputações de reto nesses pacientes, uma vez que esta cirurgia possibilita uma maior retirada de linfonodos laterais ao reto que não são retirados com a ETM. A utilização da pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) tem sido indicada para o tratamento de hipoxemia decorrente de alguns quadros clínicos, como por exemplo, o edema pulmonar cardiogênico, no pós-operatório de grandes cirurgias abdominais e de grandes cirurgias ortopédicas de coluna, entre outros.
ELIAS JIRJOSS ILIAS PAULO KASSAB OSVALDO ANTONIO PRADO CASTRORecentemente, Squadrone V et al., 2005 1 , realizaram um estudo randomizado controlado, em que foram avaliados 209 pacientes no pós-operatório de grandes cirurgias eletivas abdominais, que desenvolveram hipoxemia uma hora após a extubação. Esta amostra foi randomizada em dois grupos: grupo controle (GC), que recebeu oxigenioterapia pela máscara de Venturi a 50% durante seis horas, e grupo de intervenção (GI), que recebeu FiO 2 de 50%, associado ao CPAP de 7,5cmH 2 O durante seis horas após a extubação. Foram avaliados os seguintes desfechos: incidên-cia de intubação intratraqueal, tempo de permanência na UTI e hospitalar; incidência de pneumonia, infecção, sepse e mortalidade. Os pacientes do GI apresentaram menor taxa de intubação, RR 0,099 (IC 0,01 -0,76); e menor taxa de ocorrência de pneumonia, RR 0,19 (IC 0,04 -0,88); infecção, RR 0,27 (IC 0,07 -0,94); sepse RR 0,22 (IC 0,04 -0,99), do que os pacientes do GC.Os autores concluíram que o CPAP reduziu a incidência de intubação intratraqueal e outras complicações graves ...