Tea e neuroplasticidade: Identificação e intervenção precoce / Asd and neuroplasticity: Identification and early intervention

Abstract

Este artigo apresenta um estudo sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a importância da intervenção precoce nos primeiros meses e primeiros anos de vida. Destaca a neuroplasticidade cerebral enquanto avanço da ciência para a amenização dos sintomas, recuperando as habilidades por meio da formação de novas rotas sinápticas. Ao narrar que a intervenção precoce é significativa para a criança com TEA, conduz a refletir se as pessoas que trabalham neste campo estão capacitadas para entender o funcionamento cerebral dessas crianças por manifestarem no comportamento estereotipias, isolamento social e prejuízos de interação dificultado pelo mal uso da linguagem. A constatação destas reflexões caminha em adequar posturas para entender o papel do mediador ao propor estratégias de intervenção e da sua atuação para lidar com as crianças comprometidas, pois toda intervenção acontece dentro de um contexto social e interativo.

Transtorno do Espectro Autista: benefícios da intervenção precoce para o desenvolvimento cognitivo e adaptativo da criança

“…No diz respeito à plasticidade neural em casos de deficiências no desenvolvimento, estudos demonstram que um recém-nascido tem seu cérebro aumentado em 1% a cada dia no período inicial do pós-natal, que se traduz em um volume extremamente significativo, sendo assim, considerada a infância o momento de maior neuroplasticidade, que tem sua intensidade diminuída ao longo do envelhecimento. Dentro desta convicção, o comportamento da criança pode ser mais facilmente moldado, sinalizando o quão importante se dá a intervenção precoce nesse período do desenvolvimento (HEFFLER, OESTREICHER, 2015, apud, DE MARCO RL, et al, 2021).…”

Educação científica para crianças com transtorno do espectro autista durante a pandemia da COVID-19

“…Embora os debates de Vigotski não fizessem menção à criança com TEA, pois seus estudos antecederam às pesquisas científicas sobre TEA, atualmente sabemos que em função da plasticidade cerebral da criança, a intervenção precoce e a interação com o ambiente, contribuem para o processo de aprendizagem e ampliam, significativamente as condições do desenvolvimento global das suas habilidades e a adaptação ao meio (MARCO et al, 2021). Para Vigotski (1997, p. 731) "[...] qualquer deficiência origina uma tendência ou estímulo para a formação da compensação [...] Tal compensação não é orgânica, mas relativa ao funcionamento psicológico, em uma ideia que corresponde à plasticidade dos processos de desenvolvimento" (p. 731).…”

“…Para Vigotski (1997, p. 731) "[...] qualquer deficiência origina uma tendência ou estímulo para a formação da compensação [...] Tal compensação não é orgânica, mas relativa ao funcionamento psicológico, em uma ideia que corresponde à plasticidade dos processos de desenvolvimento" (p. 731). Sendo assim, dentro de uma mesma corrente, a teoria histórico-cultural e a Neurociência conversam acerca das interações sociais, intervenção precoce e os ambientes interativos que permitam a apropriação de aprendizagens como formas de recuperar habilidades comprometidas em crianças com TEA, uma vez que esses estímulos contribuem para a plasticidade cerebral e formação de novas rotas sinápticas (MARCO et al, 2021). Dessa maneira, nos processos de intervenção e inclusão de crianças com TEA, as potencialidades da criança, devem sobrepor às suas limitações, sendo a escola uma das protagonistas no processo de valorização das capacidades individuais e coletivas desse indivíduo.…”

Experiências de familiares cuidadores de crianças com transtorno do espectro autista e apoio social: subsídios para o cuidado

“…A escolha da inclusão de crianças de 0 à 6 anos na pesquisa também deu-se através do respaldo em estudos do campo da neurociência que revelam que, no decorrer da primeira infância, observa-se o amadurecimento progressivo de regiões cerebrais que permitem a aquisição e construção de novas competências, emocionais, socioafetivas, de aprendizagem e comportamentais ao longo da vida devido ao momento de maior plasticidade neural do cérebro, permitindo assim a capacidade se reestruturar com a formação de novas sinapses Sendo assim, a primeira infância é a fase ideal para se inserir crianças com TEA em programas assistenciais e ainda na importância de reformulações, ou implementação de políticas públicas promotoras de redes de suporte (Crespi;Noro;Nóbili, 2011;Lente, 2019;SBP, 2019;De Marco et al 2021).…”

“…Posto isso, é válido enfatizar que a proposta de especialistas em TEA é a de encaminhar para a intervenção precoce e acompanhamento, aquelas crianças que apresentam alguns sinais considerados de alerta para o TEA, pois o comportamento da criança pode ser alterado a partir da exposição de estímulos ambientais específicos, preconizando então a importância da primeira infância para o desenvolvimento integral da criança (SBP, 2019;De Marco et al, 2021).…”